Pedro Verona Rodrigues Pires, ou melhor Doutor Comandante Pedro Pires, foi distinguido com o Grau Honoris Causa em Ciências Políticas pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia em Lisboa. Foi uma cerimónia memorável e singular, com a presença de figuras de todos os quadrantes políticos e académicos da grande família lusófona.
A comitiva presidencial cabo-verdiana chegou, no recinto da Universidade por volta das 16h 30m. Foi recebido pelo corpo diretivo da Universidade e pela direção do Núcleo de Estudantes Cabo-verdianos da ULHT. Depois da recepção o Presiente Comandante Pedro Pires, foi agraciado com o traje académico a condizer e por volta das 17h, seguiu-se um cortejo académico.
Cerca de 10m foi, quanto demorou o cortejo a chegar ao auditório Agostinho de Oliveira da UHTL. Já dentro do anfiteatro e tendo os convidados de honra e a assistência ocupado os respetivos lugares, deu-se inicio da cerimonia.
Tudo começou, com a leitura da proposta de doutoramento honoris causa, feita pela Prof. Doutora Ângela Montalvão Machado, diretora da Faculdade de Ciências Políticas. Numa intervenção relativamente curta, em que se focou apenas os fundamentos relevantes baseado em causas, fatos e marcas de vida, utilizando à palavra “Reconhecemos” foi dissertando ponto por ponto a proposta. “Reconhecemos à visão humanista…reconhecemos a sua contribuição charneira na democratização da sociedade cabo-verdiana e pela criação de pontes para o diálogo entre os povos” afirmou a Prof. Montalvão Machado que percorreu com vários elogios os sinais concretos de compromisso com a humanidade que marcou ou marcam às ações do Comandante Pedro Pires.
Depois foi a vez do Prof. Doutor Manuel de Almeida Damásio, Administrador a ULHT que, evitando repetir o que a intervenção anterior já tinha focado, foi buscar alguns exemplos práticos da vida do Comandante. Mas antes fez questão de mencionar que estávamos perante a 3ª galardoação, feita por aquela Universidade a uma figura de peso do mundo lusófono. Quis lembrar que o primeiro a receber a tal insígnia da ULHT foi o moçambicano, Marcelino dos Santos, que foi também um dirigente e combatente pela Liberdade no espaço lusófono. Depois também enfatizou que a segunda personagem a receber a mais alta condecoração daquela Universidade foi o músico/cantor, ativista pelos direitos humanos e antigo ministro da Cultura brasileira, Gilberto Gil.
Depois deste pequeno corolário, Prof. Damásio mergulhou por uma pequena biografia do agora Doutor Comandante Pedro Pires. Da fuga do exército português, onde esteve na Força Aérea, até aos dias de hoje, em que é o Presidente da República e Cabo Verde, existem segundo o Prof. Manuel Damásio, “sinais claros de grande capacidade de decisão, para assumir riscos, aceitar os perigos incluindo de morte, e a grande coragem de assumir todos os desafios que a vida lhe reservou.” Comandante numa das frentes de libertação nas matas da Guiné, esteve como negociador das independências, “foi primeiro-ministro logo após a independência e, provavelmente muitos dos sucessos hoje atingidos deve-se a sua contribuição prestigiosa, pois se Cabo-Verde apresentava valores que rondavam os $200 dólares do PIB/pér-capita, em 1974, ano da independência hoje os valores ultrapassam os $1000 dólares e o Comandante Pedro Pires, continua no ativo e, tem ocupado com sabedoria o cargo de presidente a república...” rematou o Prof. Damásio. “Existem valores que pautam a sua vida e o excelente exemplo de sacrifício pela liberdade, dignidade e respeito pelos direitos humanos, são os mais presentes” sublinhou o Administrador do ULHT que terminou com esta frase “… o Comandante Pedro Pires é sem sombra e dúvida, uma das vozes de referência do continente africano neste momento…” e um Combatente da Liberdade pela causa e honra.
Houve depois mais duas intervenções em que a primeira foi do Prof. Doutor Mário Moutinho, Reitor da ULHT e do Prof. Doutor Fernando Santos Neves que foi escolhido como padrinho académico, do novo Doutor. Sobre a intervenção deste último que foi mais virado para a questão da Lusofonia do que propriamente pelas causas que já tinham sido amplamente batido pelos professores que o antecederam.
O Prof. Doutor Fernando Neves, que concentrou a maior parte da sua intervenção na questão da Lusofonia. Sugerindo desde já que, no próximo futuro o Doutor Comandante Pedro Pires, como Presidente duma imaginária Assembleia dos países que compõem a CPLP e Lula da Silva ex-presidente do Brasil para Presidente da Comunidade. Depois elencou 11 pontos de uma tese para a verdadeira Pax-Lusofonia. Embora tenha sido pedido o texto que marcou a intervenção do Prof. Fernando Neves, até hoje à Ordidja não teve acesso ao documento.
Foi uma cerimónia 5 estrelas à que decorreu na última quarta-feira dia 22 de junho, na Universidade Lusófona de Lisboa. Graças a chamada de atenção e convite do Eldimir (Gu) Faria, não pude faltar ao evento. Algumas figuras da lusofonia como citava em cima estiveram presentes entre eles(a) destaco: Maria Barroso Soares, Domingos Simão Pereira, Almeida Santos, Tenente-coronel Vasco Loureiro, Iva Cabral, Fali Embaló, Nanda Barros, e o Prof. Doutor Tcherno Djaló da ULHT que esteve como um dos testemunhos da cerimónia. Deu para rever alguns amigos e colegas jornalistas como Emílio Borges e Anatólio Lima que é acessor de imprensa do Presidente Pedro Pires, e ainda foi me apresentado e passei a conhecer, a filha do presidente Pedro Pires, Ndira Pires que ocupa um dos cargos de relevo na casa civil da presidência, um fato notável e que felizmente em Cabo Verde, não é drama nenhum.
No próximo post, debruçarei única e exclusivamente na alocução do novo Doutor. Neste caso o Doutor Comandante Pedro Verona Rodrigues Pires. Mas não consigo terminar sem deixar um cheirinho daquilo que foi o discurso que, para além de bem trabalhado tem passagens bem estruturados em termos de novas ideias e compromisso para com a humanidade. Para além de ter contado cerca de meia dúzia dessa palavra “Humanidade” definitivamente à palavra mais utilizado em todo o discurso foi a “Libertação” que depois de discorrido o texto foi utilizado 26 vezes, seguindo-se da palavra “Estado” que foi batido cerca de 17 vezes, e depois seguem as palavras como “Independência” e “Desenvolvimento” que se contam cerca de uma dúzia de vezes.
“Numa luta de libertação, a questão da qualidade da sua liderança, é outro factor determinante para o sucesso ou insucesso. Porquanto, é sua missão primeira conceber e implementar uma estratégia exequível e ganhadora, que é um exercício exigente, complexo e dinâmico. Impõe-se, todavia, que a estratégia seja, igualmente, portadora de uma visão política do futuro em construção.”
Lá está, conceitos como este não foram postos na prática na Guiné-Bissau, desde 1974. Provavelmente tenha sido esta opinião que levou o agora Doutor Comandante Pedro Pires, ter afirmado numa entrevista concedida à Gazeta de Noticias guineense no ano passdo em que, disse “no caso da Guiné não se conseguiu domesticar o regime”. Termino como terminou o Doutor Comandante! Embora com o novo acordo ortográfico ficaria, OTIMISTAS!
"Sejamos Optmistas"