Antes
de tudo, permitam que dirija ao amigo, irmão e camarada Baciro Djá, uma
expressão pública de solidariedade, pela atitude corajosa de pedir demissão, num
puro ato de redenção política, ou seja foi, um homem à frente! Aprendemos com
ele que o mais importante é olhar para frente, é pensar o futuro, e não
mastigar o presente e desenrascar o passado. O “ex-ministro” (não sei se posso
chamar assim, uma vez que tanto o PM como o PR podem indeferir o pedido) Baciro
Djá escolhe um timing perfeito, e parecendo
que não, coloca em cheque os colegas membros do executivo, com nuances infelizes,
abrindo assim espaço, para uma remodelação governamental.
Conheço
o Baciro Djá, há algum tempo. Temos memórias comuns de estórias passadas no pequeno ringue de futebol (Més), situado nas traseiras da sede da organização das
mulheres do partido (UDEMU) antes de zarparem para Cuba. Foi difícil já nos
anos 90, em Lisboa, convencerem-me que o Baciro não era filho do ex-presidente
Malam Bacai Sanha (que Deus o tenha). Mas o próprio uma vez explicou-me, a relação
de parentesco que tinham. Foi ministro muito jovem, embora considere um exagero
consdera-lo o mais jovem da estória, digo isso, baseando no cálculo primário de
fazer as contas da idade com que entraram os primeiros “camaradas” que
dirigiram o país em 1974.
Na
verdade, somos da mesma geração, e lembro-me como hoje, das militâncias feitas
em Lisboa no início de 2000, e as longas reuniões dirigidas pelo mais-velho
Tony Mendes (“Cuco di Cadju” para os mais chegados).
Sou
da opinião, que esta nítida atitude de resignação do “ex-ministro” Baciro Djá (sendo
um verdadeiro comportamento do homem político), possa ajudar na transformação
que se deseja da fisionomia política da Guiné, onde o que conta é a natureza “artificializada”!
E, a pergunta do dia? Ah, lembrei-me!
Será
que, o “ex-ministro” Baciro Djá irá colocar também à disposição da direção
superior o seu lugar de 3º Vice-presidente do partido PAIGC?
Na
ressaca de mais um Comité Central, cuja preparação paralisou o país, praticamente
duas semanas, e o pós-CC irá paralisar mais algumas semanas, o momento que se
vive apresenta diferentes fases e faces e reclama ainda muita reflexão.
Enumerá-las
exige a reflexão de toda uma vida de um partido, ainda manietado à herança do
uso da força e da violência, para propósitos que se “julgam” nacionais e que
afetam todos os guineenses. Embora, sem dúvida e, se fizermos comparação aos
recentes acontecimentos (pauladas) que envolveram a classe empresarial da nossa praça,
conclui-se, que os políticos do partido dos “camaradas” pontuaram na conduta.
Mandaram bem!