terça-feira, 10 de junho de 2014

Tráfico de drogas persistirá enquanto houver possibilidade de lucro, afirma relatório

Fonte: Pátria Latina

Por: Marcela Belchior

Em 15 anos, ainda haverá no continente americano demanda relevante de substâncias psicoativas, incluindo álcool e medicamentos produzidos ilegalmente; uma pequena percentagem de usuários de drogas terá dependência química e alguns morrerão, outros vão desenvolver doenças ou infecções graves como Aids (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) e Hepatite C. O prognóstico é da Organização dos Estados das Américas (OEA), que acaba de divulgar o relatório Cenários para o problema de drogas nas Américas 2013-2025).

Lançado em Bogotá, capital da Colômbia, no último mês de maio, o documento analisa as políticas implementadas na região até hoje e projeta o contexto do continente pelos próximos anos. Elaborado por uma equipe de especialistas que trabalharam em dados por um ano, o relatório indica que nas Américas se encontram aproximadamente 45% do total de consumidores de cocaína no mundo, cerca de metade dos que consomem heroína e a quarta parte dos usuários de maconh

Além disso, a OEA aponta que aumenta o uso de drogas à base de cocaína, de crack, de inalantes, drogas sintéticas e do uso indevido de fármacos ilegais. Esse consumo geraria no continente um negócio ilícito que movimenta em torno de 151 milhões de dólares somente nos mercados de venda no varejo.

O relatório projeta que as atividades ilegais deverão persistir enquanto existir a possibilidade de lucrar a partir delas, operando o narcotráfico em toda a América. Se o mercado ilegal de drogas aumentará ou diminuirá a violência urbana ou se a sociedade será capaz de desenvolver meios de prevenção e redução de danos relacionados ao consumo dessas substâncias, no entanto, ainda é difícil prever.

A OEA compreende que o consumo de drogas se converte em problema social na medida em que é parte de uma questão maior relacionada à insegurança, com instituições estatais enfraquecidas e incapazes de controlarem suas consequências, como o crime organizado, a violência e a corrupção. Para responder a esse contexto, a Organização aponta que se deve fortalecer o Estado, firmar alianças com os cidadãos e avançar na cooperação internacional.

O secretário Geral da OEA, José Miguel Insulza, explica que o impacto do consumo de drogas em suas várias dimensões afeta cada país de maneira diversa. Porém, destaca que é uma questão compartilhada por todos, que devem buscar ações conjuntas para a construção de políticas públicas de enfrentamento. "A relação entre as drogas e violência é um dos principais fatores de temor de nossos cidadãos”, enfatiza. "Essa situação deve ser enfrentada com maior realismo e maior eficácia se queremos avançar em soluções efetivas”.

O presidente da Colômbia, país com um dos mais graves e históricos problemas de narcotráfico da região americana, Juan Manuel Santos afirma que a intenção, no momento, é buscar bases para a construção de ações de combate. "Que fique claro que aqui ninguém está defendendo nenhuma postura, nem a legalização, nem a regulação, nem a guerra a qualquer preço. O que temos que fazer é usar estudos sérios e ponderados (...) para buscar melhores soluções. Não tenho dúvidas de que todos compartilhamos um destino comum”, enfatiza Santos.


Acesse o relatório na íntegra: www.migre.me/jFlLm

Ordidjanotando

Com os valores referidos no relatório em relação ao tráfico internacional de droga, com a pobreza e fragilidade que se conhece bem, a Guiné-Bissau torna-se numa presa fácil dos traficantes.

É curioso notar que países como a Colômbia e outros produtores não são trados de Narco-estados...

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Somos todos ambientalistas


Por: Heitor Scalambrini Costa*

Persiste entre formadores de opinião, o uso pejorativo do termo “ambientalista”, visando depreciar os cidadãos que lutam pela causa ambiental, além de tentar esconder outras intenções, menos ingênuas, como fazer o jogo dos poderosos, dos poluidores, que têm seus interesses contrariados pela persistência daqueles que defendem a preservação do meio ambiente e das condições de vida no planeta. 

Os últimos relatórios dos grupos de trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram inquestionavelmente que a ação humana é a principal causa da elevação da temperatura média da Terra, ou aquecimento global. Mesmo assim, interesses poderosos das industrias de combustíveis fósseis e nucleares, da agroindústria, dentre outros, continuam a negar este fato, financiando campanhas que atacam aqueles que propõem mudanças no atual estilo de vida perdulário, no consumo e na produção de matérias primas e energia.

O crescimento sempre foi um objetivo da política econômica. Acreditava-se que o aumento da renda de um país fosse suficiente para proporcionar uma vida melhor a seus habitantes. Portanto, a partir de uma análise simplificada, geralmente utilizando o Produto Interno Bruto (PIB) como indicador base, bastava o anúncio de seu aumento, para que se aceitasse que os indicadores de bem estar o estavam acompanhando. Isto de fato não acontece.

Já há alguns anos, verificam-se os danos causados pela atividade econômica sobre o planeta. Em nome do crescimento a qualquer preço, tudo é permitido, inclusive a destruição do meio ambiente. São incontestes as evidencias de que não é mais possível crescer e enriquecer para melhorar a qualidade de vida da maioria da população. Ou seja, manter os padrões atuais de produção e consumo esbarra nos limites físicos do nosso planeta.

Estamos recebendo sinais de reação da Terra à quantidade excessiva de gases emitidos, que geram o denominado “efeito estufa”, em particular devido ao CO2 (dióxido de carbono), pelo uso massivo dos combustíveis fósseis. A Terra reage também ao desmatamento desenfreado das florestas para diferentes finalidades, ao desperdício e poluição das fontes de água doce, reduzindo assim sua disponibilidade pelo uso irracional desse bem fundamental para a vida.

O IPCC, através de seus relatórios e pareceres, traz conclusões científicas irrefutáveis sobre o aquecimento global, que provoca um aumento significativo na freqüência e na intensidade dos “desastres naturais”. A concentração de CO2 na tênue atmosfera que nos protege atingiu, em abril de 2014,  400 ppm (partes por milhão), superando o limite histórico. Valor emblemático, pois este é valor considerado pelos cientistas como limite para evitar os piores cenários do clima. Segundo o IPCC, acima de 400 ppm de CO2 a temperatura média do planeta poderá subir entre 2 a 5 graus centígrados até o final deste século, e isto poderá provocar a aceleração do degelo, tempestades mais violentas, graves impactos sobre a biodiversidade, com a inevitável extinção de espécies, e milhões de refugiados ambientais, os quais terão de buscar outros lugares para viver.

No entanto, mesmo com todas as catástrofes recentes, em todo o mundo, e com os claros alertas científicos do IPCC, continuamos sem dar a devida atenção ao maior desafio de nosso tempo: as mudanças climáticas. Elas estão entre nós e estão se acelerando.

Precisamos, pois, entender que todos os que lutam pela vida no planeta Terra – que lutam por um mundo melhor, por uma sociedade mais igualitária, e socialmente mais justa – são também, responsáveis pela preservação ambiental. Ou seja, com exceção daqueles que lutam apenas para manter os seus privilégios, somos todos ambientalistas!

 


* Professor da Universidade Federal de Pernambuco

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Convite

Informamos que devido ao grande número de inscritos para o I SEMINÁRIO DE COMBATE AO RACISMO: "Por uma formação anti-racista" estamos alterando o local da Abertura para o CINE METRÓPOLIS na UFES, nesta Quinta-feira - 05/06 às 18:00h.