Opinião
Basta de Choraminguice
Insensato será, se mesmo com este convite, recebido virtualmente ontem, sinta desconvidado para esta conferência. Estão em Lisboa, desde último sábado(21 de Maio) uma equipa da Comissão Organizadora da "Conferência da Paz". “É uma equipa heterogenia, com 29 membros, mas só uma pequena parte da comissão foi possível deslocar neste momento para Portugal, para esta conferência que se convida a Diáspora na Europa. Estamos a convidar todos a volta da nossa bandeira, Guiné-Bissau. A falta de meios financeiros, tem sido determinante na nossa ação. Mas estamos a avançar” conta o deputado Lúcio Rodrigues responsável pela comunicação e divulgação da comissão, à Ordidja.
“Estamos a trabalhar com duas comissões: comissão de honra, onde figuram os 4 órgãos da república: Presidência da República, Assembleia Nacional Popular, Governo e Supremo Tribunal. Depois existe uma comissão executiva, presidido pelo vice-presidente da ANP, e composto por elementos da Assembleia, Sociedade Civil, Confissões religiosas” afirmou o deputado.
Fiquei preocupado por não incluírem os militares nesta comissão, mas logo de seguida Lúcio Rodrigues que também é um reglo manjaco,em jeito de resposta sublinhou “Esta comissão foi criada desde 2004. Mas só 6 anos depois começou a <trabalhar> no terreno. Começamos com uma auscultação com os jornalistas e técnicos de Comunicação Social, depois as organizações da sociedade civil. Numa segunda fase, trabalhamos com elementos das forças armadas e de segurança. O nosso desejo neste momento é auscultar à diáspora residente em África por isso estivemos, em Dakar no Senegal, e agora convidamos aos que estão a viver na Europa, a partir de Portugal, para ajudarem-nos com pistas coerentes e positivos, e juntos descobrirmos como podemos encontrar <um caminho para a Paz e Desenvolvimento> na nossa terra, é esta a nossa Missão.”
Faculdade de Direito de Lisboa, a partir de amanha sexta-feira 27, será o palanque, onde o comum guineense poderá exercer o seu direito de cidadania, e registar junto dos parlamentares, e o restante dos membros que compõem esta equipa, e olhos nos olhos, “falar do seu estado de alma” e os sentimentos que guarda dos desastrosos ou produtivos momentos na criação dessa sociedade que chamamos de “guineense”.
Quem somos afinal, o porquê da ditadura da mentalidade belicista? Isso nos sufoca? O porquê, da procura incessante dum “próximo inimigo” entre nós? Para guerrearmos, acotovelarmos e se preciso for, insultarmos, para que o que pensamos ser nosso? Como podemos criar dentro de 10, 20, 30 anos um rumo positivo para que o que chamamos de comum, prevaleça coletivo? Que ideias fortes e capazes podem conduzir-nos para esse “Futuro Melhor”?
Claro que esta minha choraminga, não se pode traduzir num convite inocente. E tenho consciência que somos um povo de boa vontade e bem-intencionado. E não estou de acordo com os “cenários” de quanto pior melhor. E seria perda de tempo e energia, apontar as diversas falhas na organização do evento. Mas sendo guineense e acreditando que faço parte dessa comunidade, vou estar presente e vou FALAR e não TECLAR.
O Objetivo de tudo isto é o quê? Estou de acordo que se procure uma via ou "caminho" para que encontremos a Paz na Guiné-Bissau. E segundo a mesma comissão organizadora, "Pretende-se realizar em setembro deste ano ainda, uma conferência nacional, que tente ao máximo, reunir todas as sensibilidades políticas, sócias e económicas guineense, dentro e fora do país." afirmou outro deputado e presidente da comissão o vice-PR da ANP, Serifo Nhamajo, que reforçou ainda " espero que num diálogo franco e aberto, encontremos uma via alternativa a esta que temos seguido".
Numa reunião que assisti na embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa ontem (embora não tendo sido convidado pelo pessoal da mesma embaixada de Lisboa) e sem entrar em contrapassos,(avanço) selou-se um compromisso entre alguns guineenses de boa vontade e os membros da comissão. Ignorando a péssima jogada de contra-tempos e choramingas “envergonhados” fiquei com melhor impressão deste evento que publicamente já tinha sido convidado através das antenas da RDP-África. Não sou esquisito, para participar só pelo fato de por exemplo: o Mbala Fernandes não me ter telefonado a convidar. Com centenas de milhares de guineenses em Lisboa, imaginei o que seria, terem que telefonar a todos os comuns guineenses como “MOI”
Vou participar SIM! E termino reconhecendo a capacidade de dialogo e compreensão entre os guineenses, Augusto Mendes Pereira, Afonso Gomes, Soares Parente e mais alguns elementos da diáspora lisboeta presentes e da parte da comissão Fernando Dias, Lúcio Rodrigues, Ansumane Sanha, Mamadu Queta, José Carlos, Alcides Cruz Silva e o vice-presidente da ANP Manuel Serifo Nhamajo, que rematou “é a nossa bandeira e essa pátria que nos é comum, Guiné-Bissau é que está em causa, e não o fulano ou sicrano ou…”