Hoje sendo 3 de Agosto, data que marca a brutalidade do regime colonial português, coroado com o massacre que tirou vida de guineenses desarmados, cujo único crime foi pedir o aumento de salário. Como todos sabem tudo se passou em 1959, nos cais de Pindjiquiti!
Mas não irei debruçar sobre o massacre, até porque, ainda sou da opinião (manifestada há cerca de 10 anos atrás na Rádio Renascença, quando fiz uma entrevista na altura, com um dos sobreviventes, José Opádai) que o Estado português atual, se for pessoa de bem, e quiser, repor alguma dignidade ao brasão Luso, devia indminizar às famílias das vítimas que sucumbiram nesse dia, e os que sobreviveram ao banho de sangue.
Mas como mencionei, não quero e nem pretendo avançar mais com esse tema. Porque hoje o que trago, são parcelas duma intervenção pública do presidente da República guineense, Malam Bacai Sanha. Porque hoje, depois do almoço, estive a ler numa assentada só, o bem trabalhado livro “Discursos do Presidente da República – Malam Bacai Sanha – Estabilidade Paz Desenvolvimento” Edição 2010 coordenado pelo jornalista Agnelo Augusto Regala que é conselheiro e Porta-vos do PR. Tanto é que o titulo deste pequeno artigo foi tirado duma das passagens de um dos discursos do PR proferido em Bissau, no dia 9 de Julho de 2010, enquanto presidia o Conselho Superior da Defesa, em que sublinhava o seguinte:
“Continuamos a cometer os mesmos erros! Julgamos que toda a gente deve se engajar para mudar a situação actual. Os militares devem e têm de se submeter ao poder político. Se há militar interessado na política ou que entenda que o seu papel é fazer política, então que tire farda ou que passe para à reserva e se inscreva num partido político ou crie seu próprio partido político, podendo desta forma praticar as actividades políticas sem qualquer problema. Enquanto estiver com a farda no corpo, ninguém poderá andar a meter-se na política, ninguém, sem nenhuma excepção. (...)
Isto tem de mudar, porque da forma como estão as coisas, a Guiné-Bissau não pode avançar. Cada um faz o que quer, diz o que quer, perturba a ordem quando quer. Há poderes legais, legítimos. Há um Presidente da República que é o resultado do voto do povo, pois que a legitimidade vem do povo. Há uma assembléia Nacional Popular, há os deputados, que também são resultados dos votos do povo, que, por conseguinte, resultam no Governo que temos a governar o país. Portanto, temos órgãos legais com legitimidade para dirigir esta terra e ninguém mais.”
Qual é a dúvida???