Mustafá Abdeljalil
CNT promete recompensar países que apoiaram a rebelião líbia
Fonte: AFP
Mustafá Abdeljalil, chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), prometeu nesta quinta-feira recompensar, durante a reconstrução da Líbia, os Estados estrangeiros que ajudaram a rebelião.
"Prometemos favorecer os países que nos ajudaram durante o desenvolvimento da Líbia. Nós os trataremos em função do apoio que nos deram", declarou Abdeljalil durante coletiva de imprensa em Benghazi, reduto dos rebeldes no leste líbio.
O dirigente expressou sua gratidão aos países que participaram nas operações da Otan e os que desbloquearam fundos congelados no exterior. Além disso, anunciou que a rebelião conseguiu uma quantidade de petróleo suficiente para as necessidades de todo o país na refinaria de Zauiya, 40 km a oeste de Trípoli. Em relação à situação na capital, denunciou os saques e os atribuiu às forças leais a Muamar Kadafi infiltradas nas fileiras dos rebeldes. Informou ainda que mais 20 mil pessoas morreram na Líbia desde que começou a insurreição contra o regime de Muamar Kadhafi em meados de fevereiro.
"Não disponho do número exato, mas o conflito armado deixou mais de 20 mil mortos", anunciou ele, durante uma entrevista coletiva à imprensa em Benghazi, "capital" rebelde no leste.
Consultado sobre a possível presença de armas químicas no país, Abdeljalil assegurou que não teme a possibilidade de que sejam usadas. "Como ex-membro do regime, sei muito bem que essas armas estão ultrapassadas", disse.
Líbia: da guerra entre Kadhafi e rebeldes à batalha por Trípoli. Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadhafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de julho, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadhafi, seu governo e sua era em xeque.
Mustafá Abdeljalil
Nota Ordidja
Infeliz é aquele que não entendeu até agora que a Guerra é um negócio.