Exalgina Gambôa
Fonte: Angola Press
As linhas gerais do acordo de cooperação bilateral entre as
repúblicas de Angola e da Guiné-Bissau foram dadas a conhecer hoje,
terça-feira, em Luanda, aos deputados, durante a VIII sessão plenária ordinária
da Assembleia Nacional. A informação foi prestada pela secretária de Estado das
Relações Exteriores para a Cooperação, Exalgina Gambôa, que enfatizou o acordo
militar no domínio da assistência técnica destinada à reformar as forças
armadas e a polícia daquele país lusófono.
Explicou que a cooperação bilateral assenta em dois pilares
básicos: assistência técnico-militar
(Missang), que privilegia o programa de reforma no sector da defesa e
segurança, e o apoio orçamental e financiamento de programas a
Guiné-Bissau, através de linha de crédito. Devido ao clima de instabilidade
que se instalou na sociedade e a atitude castrense e à reacção da ala militar,
o Executivo da República de Angola decidiu suspender, unilateralmente, o
protocolo para a implementação do programa técnico-militar com a Guiné-Bissau
e, consequentemente, ordenar a retirada da Missang.
Explicou que a atitude do Executivo angolano resulta do facto
de ter havido alteração da situação política, quebra da confiança na ala
militar guineense em relação as forças armadas angolanas e a falta de segurança
para a continuidade do programa. Contudo, afirmou que Angola continuará a
manter o mesmo nível das excelentes relações de amizade e cooperação com a
Guiné-Bissau, alicerçadas na proximidade histórico-cultural desde a luta de
libertação nacional dos povos dos dois países. Precisou que a República de Angola procurará contribuir no quadro
bilateral e multilateral para a segurança, estabilidade e a consolidação
do Estado democrático e de direito, bem como o desenvolvimento económico e
social da Guiné-Bissau.
Quanto ao auxílio que Angola prestou a Guiné-Bissau no
âmbito das recentes eleições presidenciais naquele país, Exalgina Gambôa
explicou o mesmo circunscreveu-se no quadro institucional e não para apoiar um
dos candidatos. Durante o debate em torno do relatório, o líder da bancada
parlamentar da UNITA, Raul Danda, condenou a atitude golpista dos militares na
Guiné-Bissau, porém, pediu explicações ao Executivo angolano sobre o eventual
envio de material de guerra de grande porte para aquele país. Em resposta, o
vice-ministro da Defesa, Silvino de Jesus Sequeira “Kianda”, esclareceu
que o material que se encontra na Guiné-Bissau era necessário para a formação
das forças de defesa e segurança locais.
Sublinhou que a cooperação militar entre os governos de
Angola e da Guiné-Bissau foi estabelecida através do general António Njai,
chefe do Estado-Maior general das forças armadas daquele país, que se deslocou
a Angola a propósito no dia 4 de Setembro de 2010. Declarou que Angola não teve
influência no golpe militar, pois a missão das suas tropas naquele país
circunscreveu-se apenas naquilo que foi acordado, explicando que a retirada da
Missang da Guiné-Bissau está a ser negociada com a CDEAO, por uma questão de
segurança.
A Missang foi instituída na Guiné-Bissau em 21 de Março
de 2011, em cerimónia presidida pelo malogrado presidente da República Malam
Bacai Sanha, acompanhado do ministro da Defesa de Angola, Cândido Pereira
Van-Dúnem, entre outras individualidades nacionais e estrangeiras.
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Ordidja-notanto
Quer dizer, só agora é que foram apresentadas as linhas
gerais ou mestras do acordo bilateral entre a Angola e a Guiné-Bissau aos
deputados angolanos.
Repito e sublinho: SÓ
AGORA???
Mas o mais caricato da intervenção da Secretária de Estado de
Angola, ou melhor, a passagem que gramei mesmo foi esta: “Angola procurará contribuir no quadro bilateral e multilateral para a
segurança, estabilidade e a consolidação do Estado democrático e de
direito...”
Não sei, e espero que um dia alguém me faça entender o que os
angolanos entendem por “consolidação do
Estado democrático e de direito” porque a ser verdade que iriam nos ajudar
nesse sentido, o cenário seria catastrófico, ou seja, teríamos que contar com
um Presidente da República que duraria mais de 30 anos no poder, jornalistas
perseguidos e silenciados, manifestações do Bloco Democrático reprimidos, padres detidos e torturados
(caso Casimiro Congo de Cabinda) cofres do Estado dilapidados, Corrupção em
larga escala etc, etc e etc...
Enquanto guineense, dispenso a tragicomédia democrática
angolana e mais: lições de democracia ao estilo angolano é que levaram a Guiné-Bissau a Democratura que reinava até ao Golpe Militar!!!
Tenho escrito!!!