George Chicoti e Paulo Portas - Quando o tuga fala...
Fonte: ANGOP
Lisboa (Do correspondente) – O Conselho de Ministros da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), exigiu hoje (sábado), em
Lisboa, a reposição integral da ordem constitucional, abrangendo a restauração
do funcionamento e da autoridade dos órgãos legítimos do poder, incluindo o
presidente da República interino e o primeiro-ministro depostos na
Guiné-Bissau.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, reunidos na
IXª Sessão extraordinária, solicitaram ainda “a conclusão do processo eleitoral
interrompido pelo golpe de Estado, cuja primeira volta foi considerada livre e
transparente pela Comunidade Internacional”. Presidido pelo ministro angolano das Relações Exteriores,
Georges Chikoti, o Conselho de Ministros daquele organismo lusófono reafirmou
que “as únicas autoridades da Guiné-Bissau reconhecidas pela CPLP, são as que
resultam da legitimidade constitucional e democrática”, e reiteram o seu “apoio
incondicional à posição expressa pelo Governo legítimo da Guiné-Bissau,
subsequente à Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada em Dakar, no dia
03 de Maio de 2012”.
Depois de expressarem a sua satisfação pelo fim da detenção
do presidente da República interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro,
Carlos Gomes Júnior, entendem que “ambos deverão poder exercer a plenitude dos
seus direitos civis e políticos na Guiné-Bissau”, assim como exigem a
libertação dos demais detidos no âmbito do golpe de Estado e o fim de restrições
às liberdades individuais.
Sublinham também a importância da constituição urgente do
“Grupo de Contacto para a Crise na Guiné-Bissau”, referido no Relatório do
Secretário-Geral das Nações Unidas, de 30 de Abril, sobre a situação nesse
país, sob a coordenação das Nações Unidas, com representantes da União Africana
(UA), da CPLP e da CEDEAO, “tendo em vista o estabelecimento de uma parceria
abrangente que possa contribuir para a pacificação e a estabilização duradoura
da Guiné-Bissau”.
O Conselho de Ministro da CPLP, defende igualmente a
necessidade pelo respeito “escrupuloso” das decisões das Nações Unidas, do Acto
Constitutivo da UA, do Protocolo relativo à criação do Conselho de Paz e
Segurança da UA e o Capítulo VIII da Carta Africana da Democracia, Eleições e
Governação, quanto ao acesso ao poder por meios não constitucionais.
“Qualquer outra via constituiria um desafio à autoridade do
Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma flagrante violação do princípio
de “tolerância zero” da UA e da CEDEAO, estabelecendo um perigoso precedente e
com o qual a CPLP não se compromete”, afirmam os ministros da CPLP, apelando,
de seguida, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, para a imposição de
sanções contra os militares e civis implicados no golpe de Estado, bem como
manifestam apoio às medidas restritivas adoptadas pela União Europeia contra
militares guineenses e às sanções previstas pela CEDEAO.
Além de reiterarem o seu apoio ao pedido do Governo legítimo
da Guiné-Bissau, para a constituição de uma força de estabilização abrangente,
mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e incluindo contingentes
de membros da CEDEAO, da CPLP e da União Africana, os ministros da CPLP,
realçam “a necessidade imperiosa” de concretizar a reforma na defesa e
segurança da Guiné-Bissau e de se combater “incondicionalmente” a impunidade e
a ameaça do narcotráfico na África Ocidental.
Por fim, alertam a Comunidade Internacional “para a
emergência de uma situação humanitária na Guiné-Bissau, nomeadamente com
deslocados, refugiados, o risco de epidemias e para a necessidade de serem
tomadas medidas em conformidade”.
Ordidja-notando
CPLP fala só, e a sua fala tornou-se monocórdia! Sem qualquer
puder decisório, em relação a assuntos políticos dos países que lhe compõem e
com sinais evidentes de desespero, numa estratégia de fuga pra frente. Continuando
nesta via à CPLP está cada vez mais com sintomas de uma organização sem rumo, traindo
o espírito da sua criação.
É pena que no dia em que se celebra á Língua e Cultura da
CPLP (5 de maio) a política tenha dominado o panorama, definitivamente, os
sinais são de uma organização em desespero de causa, esfarrapada politicamente e
lunática diplomaticamente.
Tenho quase certeza que não foram estes os propósitos, que
galvanizaram os fundadores da CPLP quando criaram a organização. Nunca na
pequeníssima estória da CPLP, se viu tamanha aberração e descontrole perante
uma questão política. Ao reboque dos interesses angolanos à CPLP produz um comunicado
parvo, sem nexo e ultrapassado em relação à Guiné-Bissau. É grave este papel
triste da CPLP, enquanto lusófono me sinto envergonhado. Angola e Portugal não querem
aceitar a retumbante derrota diplomática deferida pela Costa do Marfim e Nigéria
em relação ao golpe militar de 12 de abril que, na minha humilde opinião,
abortou um regime que teria consequências incalculáveis para os guineenses.
Pior, lendo o resumo do comunicado final do encontro dos MNES em Lisboa, feito
pela ANGOP, nota-se que a CPLP não quer dar mão a palmatória e existem claras
mostras de certo desnorteamento.
Espero que o ministro angolano das Relações Exteriores George
Chicoty, aceite a chicotada política-diplomática da CEDEAO e tenha a hombridade
de demitir-se do cargo. E espero que, com esta lição aprenda e, deixe os
guineenses viverem em PAZ!!!
Fundamentalmente que aceite que Angola teve um fraco desempenho
na presidência da CPLP e que reconheça que Angola é que precisa da “pacificação”
porque no caso da Guiné, o último “pacificador” foi um sanguinário português chamado
pelo nome de Teixeira Pinto, que sucumbiu
graças à bravura dos papeis de Bissau.