Zé da Guiné
Acabo de ler através de um post no facebook de Mário da Silva, a notícia da morte do ícone do grife lisboeta. Zé da Guiné, era um dos mais criativos da animação noturna na terras dos alfacinhas. Dizem muitos, que foi a alma do Bairro Alto, e provavelmente sem ele, o mais famoso espaço noturno lisboeta, não existiria.
Lembro-me do Zé da Guiné, nos anos 80 em Lisboa. Na memória guardo, quanto o vi pela primeira vez. Foi num sábado a tarde, tínhamos ido saborear gelado na Pastelaria Suíça, a convite da minha tia Nelita, que estava a passar às férias de Verão em Lisboa. Depois da degustação dos gelados e num passeio (obrigatório na época) pelo Rossio, vi uma figura impar, um baita preto, muito alto, para os meus 13 anos, que trazia vestido uma camisa axadrezada, preto e branco, com uma permuda preta e sapato estilo inglês, preto luzido, segurando pela trela dois cachorros da raça Doberman, um em cada mão. Como se pode apagar da memória, um contato desses?
Anos depois, vi-o em Bissau, quando foi passar férias, depois de quase duas décadas sem visitar o país que o viu nascer. Sempre com o porte atlético, fazia jogging todos os dias, no final da tarde. Corria até Sacor, numa pedalada que, uma vez tentamos correr com ele, mas dez minutos depois, ninguém conseguia acompanha-lo.
Em Lisboa nos anos 90, tive oportunidade de privar com ele várias vezes, com um espirito jovem único, encorajava-nos a estudar e lutar pela Guiné. Nome que carregou até nos deixar hoje. Nome que carregará para sempre, em Lisboa animada, com glamour que ajudou a criar. Nome que nos deixa com a terna saudade de partir, sem nos deixar.
Que a tua alma descanse em Paz, irmão!
As minhas condolências aos familiares e amigos do Zé da Guiné!!!