“Viagem ao Iraque. Memórias de itinerário”.
Novo livro de
Cláudia Falluh Balduino Ferreira.
"Dois
tempos marcam a eternidade: em um deles eu morro,
No
outro, labuto para viver.
Doce
seria a vida se o homem fosse uma pedra
Fechada
em si mesma face ao correr dos acontecimentos."
Tamîm
ibn Muqbil.
Poeta árabe, ano 25
da Hégira.
Escrevi Viagem ao Iraque para
mostrar este país antes de todas as destruições promovidas e
perpetradas pela coalizão ocidental.
Em 1988 andei pelo país intacto e
só maravilhas mesopotâmicas, suméricas e islâmicas enchiam os meus olhos.
Estavam ainda de pé a cúpula de ouro da mesquita dourada de Samara, e também a
grande escola Mustansíria (1227) onde passei um bom tempo na tranquilidade de
seus jardins. Ambas vieram abaixo, totalmente destruídas por bombas em coalizão
infernal, ocidental e estúpida. A cidade de Babilônia ainda era aberta ao
público e, não sem deleite, andei pelos templos de Nabucodonossor e Alexandre o
Grande. Hoje Babilônia é um casulo retorcido em si mesmo como conchas de
náutilos, e retorna ao sono interrompido pelas botinas arrogantes que a
transformaram em base militar...
Viagem ao Iraque surge
com o propósito de mostrar uma riqueza ancestral engolida pelos mísseis, para
falar de um patrimônio da humanidade devorado pela gula pantagruélica de
"cowboys edipianos".
Espoliado e bombardeado, por onde
anda o Iraque?
O Iraque moderno, político,
humano, geográfico, hoje cata, aqui e acolá os cacos de suas antigas mesquitas,
cúpulas, palácios e monumentos, refaz fronteiras - matéria humana -,
despedaçados pelo próprio homem e tenta refazer um rosto que talvez ainda
contemple no horizonte da história alguma luz, algum alento.
Porém, a essência iraquiana está
intacta. Ancestralmente cravado no dorso da cordilheira de Zagros, a cabeça no
colo do Curdistão e os pés imersos no Golfo que começa em Bássora, ele continua
lá, entre dois rios, o Tigre e o Eufrates que outrora regaram o Edem e hoje
regam uma possibilidade de futuro.
Em E-book e em formato clássico, Viagem
ao Iraque (Editora Kiron) é um convite a encontrar um país, através de
um texto que mescla memória, história e documentação, luzes e trevas através da
voz de uma mulher.
Ousem.
Leiam-no.
Espero vocês.
Um grande
abraço.
Cláudia
Falluh Balduino Ferreira
Ordidjanotando
Como se pode recusar um convite assim???
Claro que vou!!!
Muito obrigado pelo convite...