segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Lusofonia da bola

Mussa Baldé
Por: Mussa Baldé

Hoje vou escrever sobre o futebol português. concretamente do Sporting Clube de Portugal. Que o clube dos viscondes de Alvalade é uma agremiação eclética isso é sabido por toda gente, que aposta muito na formação também faz ciência em todo mundo, agora há um pormenor que gostava de realçar aqui: O facto de o Sporting ser o clube portaguês que tem maximizado essa ideia política de uma Comunidade de Países de Lingua Portuguesa que para mim devia ser Comunidade de Povos Que se Expressam em Português. Já viram que no Sporting estão dois angolanos (William de Carvalho e Wilson Eduardo), um cabo verdiano (Nhuk, mais conhecido por Heldon) e um guineense  (Carlos Mané, ao que consta que é sobrinho do senhor Aladje Mané que foi presidente da CNE) e todos esses jovens atletas são titulares ou peças fundamentais no Sporting.  

No passado o Sporting já teve o Luis Leal, que é santomense, e o Mexer que é moçambicano. Eis a verdadeira CPLP, de povos e não de países. Já imaginaram esses jogadores todos juntos na equipa de Sporting o quanto não seria o entusiasmo que os jogos do velho leão de Alvalade iriam suscitar nos países de onde são originarios os jogadores ou os seus progenitores?

A Lusofonia é isto, afeto, solidariedade e proximidade. E não há nada melhor para um jovem africano saber que aquele jogador ali na televisão é da minha terra. Isso dá alento, dá vontade ao jovem para seguir as mesmas pisadas e ainda se interessar pelo país onde o jogador evolui. Muitos caboverdianos são do Benfica, mas com essa transferência do Nhuk/Heldon, para o Sporting quantos não passam a seguir o Sporting nem que seja apenas para saber como vai o conterrâneo. 

A Lusofonia devia centrar mais a sua atenção no desporto, mas sobretudo no futebol. É por aí que se podia alavancar a integração dos povos. Em  tempos, estive a cogitar aqui com os meus botões o quanto seria vantajoso para a Comunidade Lusofona uma Liga de Campões entre países/povos de Lingua Portuguesa. É apenas uma ideia peregrina minha, mas não é assim que nascem as grandes ideias?


Enquanto não se fizer nada disso, delicio-me em saber que no balneário do Sporting de Portugal há a Lusofonia, isto é, contando com a falange brasileira que lá está também. Noutro dia quando o Carlos Mané fez o golo do Sporting diante do Arouca ou isso (já não me lembro bem), não sei se repararam os passos de dança que o miúdo guineense estava a ensaiar ao lado do Nhuk/Heldon. Aquilo parecia o Ngumbé da Guiné ou o  Funaná de Cabo Verde.