Kumba Yala na ONU
Fonte: Internet
Kumba Ialá ou Joaquim Koumba Yalá ou ainda Mohamed Koumba Yala nasceu a 15 de Março de 1953 e faleceu hoje, 04 de abril de 2014
em Bissau aos 61 anos. Filosofo, Teólogo, Jurista, Político e ex-presidente da República da Guiné-Bissau. Empossado para este cargo à 17
de Fevereiro de 2000, onde permaneceu durante 3 anos até ter sido
deposto num golpe militar no dia 14
de Setembro de 2003, pertencente ao grupo étnico Balanta, Estudou Teologia e Filosoia na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e em Bissau,
Yalá estudou Direito.
Foi diretor do Liceu Nacional Kwame N’Krumah, onde também lecionou
Filosofia e Psicologia. Polémico e extremamente excêntrico na política, Kumba
Yala foi militante do PAIGC, tendo sido membro ativo da Juventude Africana
Amílcar Cabral (JAAC) até a sua expulsão em 1989. Militou por pouco tempo ao
lado do histórico Rafael Barbosa na Frente Democrática Social (FDS) e foi
fundador e durante longos anos foi presidente do Partido da Renovação Social (PRS) que é a
segunda maior formação política da Guiné-Bissau. Atualmente vivia na Guiné,
depois de um longo exilio em Marrocos.
Ordidjanotando
Kumba Yala, foi meu professor de Psicologia no
10º ano (1º ano do curso complementar), no mítico Liceu Nacional Kwame N’Krumah,
naquilo que se pode chamar de um breve retorno ao liceu onde foi diretor, e
onde gerou várias controvérsias. As nossas aulas eram dominadas pela política,
chegava na maior parte das vezes atrasado, queixando-se da falta de transporte,
uma vez que trabalhava no ministério dos
Recursos Naturais que ficava na altura, no bairro de Santa Luzia (QG). Imagina
o leitor a minha (e dos meus colegas) aptidão numa disciplina como a Psicologia,
tendo durante cerca de um semestre um professor deste gabarito.
Enquanto político foi sempre controverso, conseguindo no entanto, um grande feito, transformar o PRS na segunda maior força política
nacional, deixando para trás partidos como RGB-Movimento Bafatá. A sua passagem
pela presidência foi extremamente desastrosa, não só pela falta de perfil enquanto
figura de proa, mas fundamentalmente, pela constante instabilidade na
coabitação com os governos que foi criando. Os 3 anos do seu mandato foram
marcados, por uma roda-viva de governos e nomeação ministeriais, diz-se que
nunca se produziu tantos decretos de nomeação presidencial em toda a estória da
Guiné-Bissau.
Ou seja, muitos dizem que o ex-presidente Kumba,
banalizou o aparelho de Estado e conseguiu com a sua inconstância comportamental,
ser o seu próprio e único grande inimigo, diz-se em alguns circuitos que,
desconfiava da própria sombra. Perseguiu opositores, reprimiu a comunicação
social com tentativa de silenciamento da emissora Bombolom, que foi sempre hostil
a sua forma de governar, ameaçou ocupar o país vizinho Gambia, era tido como
anedota na maior parte dos certames internacionais, considerou o ex-presidente
português, Mario Soares, neocolonialista e, chegou a afirmar de que "era mais
inteligente do que Amílcar Cabral" num comício na cidade de Bafatá,
justificando essa afirmação, pelo fato de ter conseguido viver mais tempo do
que o patrono da independência guineense, pois na altura tinha 51 anos e Cabral
foi morto aos 49 anos, estávamos em 2005, na segunda volta das eleições presidências, e ele apoiava Nino Vieira.
O tempo de exílio em Marrocos, despertou nele a vocação pelo islamismo fazendo com que, converte-se, no islão, embora tenha passado pelas escolas católicas na Guiné e no sul de Portugal, nomeadamente em Alentejo, durante a juventude e apesar de ter frequentado a Universidade Católica Portuguesa. Introduziu a questão étnica no debate político guineense, escreveu um livro, com supostas teorias filosóficas, com trocadilhos que incluem um tal de “macaco da Indochina” e a “beleza de uma mulher” e vai ser lembrado também para sempre, devido ao fato de gravar algumas conversas tidas nas audiências que concedia enquanto presidente da república, que depois mandava reproduzir nas rádios nacionais.
O tempo de exílio em Marrocos, despertou nele a vocação pelo islamismo fazendo com que, converte-se, no islão, embora tenha passado pelas escolas católicas na Guiné e no sul de Portugal, nomeadamente em Alentejo, durante a juventude e apesar de ter frequentado a Universidade Católica Portuguesa. Introduziu a questão étnica no debate político guineense, escreveu um livro, com supostas teorias filosóficas, com trocadilhos que incluem um tal de “macaco da Indochina” e a “beleza de uma mulher” e vai ser lembrado também para sempre, devido ao fato de gravar algumas conversas tidas nas audiências que concedia enquanto presidente da república, que depois mandava reproduzir nas rádios nacionais.
Benfiquista (nesse aspecto partilhávamos o mesmo
gosto) de corpo e alma prometeu levar o Benfica de Portugal a uma digressão pela
Guiné, e numa visita oficial por terras lusas, agendou uma visita à última hora ao Estádio
da Luz, em Lisboa, que deixou os serviços protocolares em desespero.
Foi providente na sua última decisão
política, retirando a sua candidatura presidencial, o que fez com que fosse ferozmente
criticado pelos os companheiros do partido que criou, por ter optado apoiar um candidato
independente.
Uma vida que daria para escrever um grande livro
ou um roteiro de filme emblemático, entre o estilo cômico e de aventura, alias não é inocente o inicio deste texto com os vários nomes que foi tendo em vida. É que,
para além de tudo o que se conta sobre ex-presidente Kumba Yala, no fundo
existe uma grande verdade, ele foi o maior entertainer político na estória da
Guiné, e convém realçar que provou o seu sentido patriótico desacerbado, muito
das vezes incompreendido, quando antecipou o golpe de Estado de 12 de abril de
2012.
E nesta hora de dor e consternação, pela sua
morte, resta-me expressar as minhas sinceras condolências a família e os
sentidos pêsames a todos os guineenses e amigos do malogrado.
Paz a sua alma!!!