domingo, 24 de maio de 2015

Bem-vindo à Bissau, Roi du Maroc…



Rei Mohammed VI

Finalmente a Guiné-Bissau volta a ser visitada por uma figura de peso em África e no mundo. A família real marroquina preserva um regime monárquico respeitado, nos quatro cantos do planeta. Soube-se pela voz e comunicação na RTGB, do ministro do MNECIC, Mário Lopes da Rosa, que “Sa Majesté Mohammed VI” chegará na próxima quarta-feira, 27 do corrente mês, numa visita que durará 4 dias. Houve também um apelo à população, para receber e saudar o Rei, ocupando as faixas da avenida que se estende do Aeroporto O.V. até ao palácio da República.

Bissau, portanto, irá parar nos próximos dias. Já se sabe que sua majestade o Rei irá ocupar os aposentos do Palácio. Dia e noite vêm-se homens à trabalhar fazendo obras tanto no exterior, como no interior do edifício. A praça em frente, também está a ser completamente remodelada, como a capa do Blog mostra, sabe-se que as palmeiras e toda a ornamentação da nova praça vieram directamente do reino dos marroquinos, aliás toda a restauração que está a ser feita, conta com o apoio financiamento dos nossos irmãos magrebinos. Conta-se que durante a semana que se passou, aterraram mais de 10 voos vindos das terras da sua majestade. No bairro d’ Ajuda, junto a grande Mesquita encostada à avenida principal, montou-se várias tendas que a partir de amanhã servirão de postos de saúde para várias especialidades médicas.

Logo pela manhã, cruzei com um médico marroquino, no corredor do Hotel onde estou hospedado. Estava com cara, de poucos amigos! Desabafou que não estava a gostar nada do corre-corre do pessoal protocolar. Andaram vários hotéis, não gostaram de nenhum que lhes mostraram ontem. Exaustos, decidiram pernoitar no que apresentava melhores condições. Sabia, que iriam mudar mais uma vez de hotel e, esperava que fosse a última. Realmente, o pessoal da hotelaria de Bissau tiraram dúvidas (se algum dia existiu) do quanto é pouco, os serviços existentes na capital. Ocupou-se pisos da inacabada Líbia Hotel, o prédio mais desfigurado da praça, está iluminada e mandou-se buscar leitos na vizinha Gâmbia. Está-se a ocupar todas as casas por alugar em Bissau, isto porque conta-se que com o monarca marroquino estarão, cerca de três centenas de súbditos. Para variar, está tudo a ser feito, à última hora, típico, da nossa memória genética.

Os “klakeros” de costume, já começaram a agourar e especular em Bissau que, esta visita será o contrapeso da presidência em relação a popularidade da “mesa redonda” da primatura, para depois se avançar para o confronto direto, criaando assim espaços para a crise política, procurado por muitos.  Outros até vão mais longe dizendo que, depois da visita do Rei, haverá algo, embora não especificam, o quê?

Sem olhar para toda essa politiquice caseira, sabe-se que o Rei virá para incrementar uma nova dinâmica na relação entre os dois Estados. Sabe-se e bem da relação de irmandade existente entre os dois países, a história da luta pela Liberdade do povo guineense tem uma dívida impagável ao povo marroquino.   

O Turismo, Agricultura e às Pescas figuraram, como temas centrais dos prováveis acordos bilaterais. A viva voz sabe-se que o turismo será, sem dúvida, o pano de fundo da visita, fala-se que Marrocos irá ajudar o país a pagar as cotas em atraso na Organização Mundial do Turismo, e contará em troca com o voto guineense, na candidatura marroquina para a liderança desta organização. E o resto? O resto como sempre será (é) conversa, tanto assim que só haverá perda de foco nesta grande visita se, a má-lingua falar mais alto, e vencer mais uma vez, em Bissau.