Por: Marcos
Galina Correia
Com um sector primário débil, não industrializado, até mesmo
artesanal em algumas das suas disposições, um sector empresarial
descapitalizado, com o país fora dos radares dos investidores internacionais
devido a uma série de fatores que concorrem entre si a saber: Justiça
ineficiente, infraestruturas básicas precárias, deficientes ou degradadas, para
citar apenas as mais gritantes. O empreendedor guineense depara-se incrementalmente
com um elevado custo de contexto não apenas no concernente ao acesso ao capital
e fatores de produção.
A Guiné-Bissau agrega assim um conjunto de condições
suscetíveis de potenciar o surgimento de pequenos projetos de Inovação
Disruptiva, se conseguir fazer emergir na sociedade percursores deste novo
conceito, atores que se proponham a liderar uma mudança de mentalidade
colocando o foco na inovação aliada a capacidade para promover processos
disruptivos.
Com recurso a alguma simplificação e uma bordagem
eventualmente redutora, pode-se retratar a Inovação Disruptiva como:
Um processo que
trabalha sobre uma oferta – produto ou serviço – já existentes, adotando uma
abordagem assimétrica para dar uma perspetiva diferente com vista o ROMPIMENTO
ou a DERIVAÇÃO do seu DNA originário, abrindo espaço com capacidade para
acomodar uma nova oferta de rotura que por norma privilegia ou evidencia ganhos
de eficiência, redução de custo ou simplificação da oferta em si, por vezes
culminando com a substituição ou descontinuação da oferta originária.
O “detalhe” de se partir de uma oferta já existente é de
suprema relevância na conjuntura nacional de certa forma adversa a atração de
investidores externos e ao surgimento de novas empresas, produtos e serviços.
Esta nova trend,
por norma incorpora no seu roadmap as
seguintes etapas que não esgotam as ações conducentes a uma materialização bem-sucedida,
mas que podem sugerir caminhos adequados a realidade guineense:
Ø dentificaçãodos “gatilhos”nomeadamente
tecnológicos, GAP’s de mercado e de
ofertas, que podem desencadear o processo.
Como exemplo: Serviço de internet e fornecimento de energia elétrica, dois elementos determinantes da matriz económica com impacto na economia digital e real respetivamente, que atuam como fatores condicionantes:
Como exemplo: Serviço de internet e fornecimento de energia elétrica, dois elementos determinantes da matriz económica com impacto na economia digital e real respetivamente, que atuam como fatores condicionantes:
Ø Definiçãode uma estratégia de
crescimento.
Ø Identificação de espaços que podem ser
atacados pela organização, através de:
.Transferências
adjacentes, isto é,novos mercados, não só geográfico, como novos públicos-alvo
das ofertas atuais;
· Identificação
de ofertas acima das expectativas dos consumidores e cidadãos em geral, com
vista ao reajustamento;
· Novas
iniciativas geradoras de crescimento. E é aqui que entra a atividade da
INOVAÇÃO, e onde se recomenda a efetivação de projetos de Inovação Disruptiva;
Como em qualquer proposta de inovação, fala-se de expetativas,
não há certezas absolutas, é preciso estudar e estimar o potencial e a
capacidade de penetração. A principal adversidade com que os pioneiros desta iniciativa
se poderão deparar é a chocante ausência de cultura organizacional prevalecente
nas entidades nacionais onde é lugar-comum um player de peso não dispor deferramentas elementares como o planeamento
estratégico e/ou a estratégia de crescimento, assim como a persistente
resistência a mudança.
Os que tiverem a ousadia de aceitar o repto, e avançarem para
desbravar o caminho, poderão contar com algumas fermentas de suporte ou
técnicas já existentes, sobejamente divulgadas e utilizadas na gestão e
administração de organizações.
Um pouco de pesquisa poderá levar igualmente a seleção da Framework adequada para implementação de processos de Inovação Disruptiva.