terça-feira, 21 de junho de 2011

Altamente


No coração do grande Parque de Monsanto (pulmão de Lisboa) a entrada do local onde tudo aconteceu era fácil esbarrar-se com esta placa da foto

“No Ar e sobre Rodas” foi onde tudo correu e, como tudo correu! Mas sobre o nome do local, o básico onde(?) do triangulo invertido, do manual, falamos depois. Aqui, e desta vez vou ordidjar sobre o enlaçamento do último “Pik-nik”, de um grupo de amigos que se numa primeira fase se outorgava de “mandjundade”, ultimamente têm utilizado esta expressão cómica e mordaz “Suspeitos do Costume” para se identificarem. E sobre os tais “suspeitos” pretendo depois dedicar uma entrevista exclusiva, com o homem do leme, Eldimir (Gu) Faria.


Da primeira equipa que se lançou ao Monsanto, estavam o Gú Faria e Helmer Araújo na foto de cima e, Camilo Gomes e João Paulo Gomes na foto que se segue.


Bom, aquilo que em português (bem escrito) e engomado se chama e escreve Piquenique, hoje em dia é normalíssimo que se escreva assim: pic-nic (exp: Mega Pic-Nic do Hipermercado Continente, também realizado no mesmo dia, na Av. da Liberdade) ou como escrevemos na rede social (facebook) Pik-Nik.

Foi um encontro de lazer e diversão entre guineenses e aqueles que adoram à Guiné. E sem suspeitar do costume guineense (maltratado pelas imagens negativas) o que foi manifestado pelos “guiguis” que estiveram neste pik-nik, só tinha a ver com tonalidades que começavam com amizade, afetividade, camaradagem e terminavam com o bom gosto e prazer de curtir.    

Pik-nik como se sabe é uma atividade que se realiza ao ar-livre (primário nê?) mas é sobretudo um momento de estar simples e agradável em Família. Quando organizado por um grupo de conterrâneos então (como é o caso!), tornou-se num belo espaço de convívio, na naquela base de irmandade, daquela grande família alargada. Este ano participei e contribui na organização. Tudo aconteceu no sábado 18 de Junho, e se tivesse que escolher uma só palavra para retratar o ambiente vivido, escolho esta: ALTAMENTE. Ou seja foi altamente, num “papo direto” e sem rodeios!  

Normalmente os piqueniques ou melhor aquele que vem sendo o tradicional “pik-nik” de verão da malta “Os suspeitos do Costume”, correm sempre num bom Ar e Sobre rodas. Se dúvidas houvesse, ora constate o seguinte, leitor: reúne amigos de longa data, inclui “kombersas & passadas” pintadas com muitas gargalhadas, reforça o conceito do “Djumbai” que se tem apenas e só entre irmãos, e fundamentalmente se recarrega os sentimentos de pertença, há uma família humana, com identidade própria, tudo isso facilitado pelo bom gosto, da música que se ouviu e facilitou uns bons pezinhos de dança.

Se  tudo começou musicalmente falando, com o nosso gumbé, também se passou pela makossa, passada, funana, kuduro, kusundê, tina, salsa e numa dada altura, lá para o meio, houve um grupo da geração mais nova, que desafiou os mais-velhos para uns pezinhos de mbalar (senegalês), mas os “kotas” declinaram e pediram ao DJ Gú, que sempre em serviço, foi na cantiga, puxou por umas padjangas (cubanas). Só visto.

Esteve tudo a condizer, gente gira, bom tempo, ar-livre e agradável e sobre os outros condimentos típicos deste tipo de ambiente, como: churrascadas ( as entremeadas da Tamara Silva), as espetadinhas da Fafé, pasteis (da Filó estavam uma delicia), caldo de mancarra (experimentei um com espinafre e cenouras) confecionada pela Joacine, e um caldo de chabeu divinal da Luizinha, do Bumba. Sobre o que se tinha lá para beber, no comment. Até porque sou suspeito. Espero que as imagens que acompanham este artigo falem e garantam o bom gosto e a espetacularidade da guinendadi na “Paz & Sabura” que se viveu!      

No Ar sobre Rodas – é chegado a hora de voltarmos a questão do nome. Esse nome é o preferido dos montanhistas (não fossemos surpreendidos logo pela manha com um bom-dia do João Garcia que foi até hoje, o único alpinista português que escalou o Everest) e caminhantes. Foi esse o local onde se escolheu este ano para o Pik-Nik sabi, que se vai realizando nos últimos 3 anos, por uma franja da comunidade guineense residente em Portugal.

Recorrendo ao espírito inovador este ano avançaram na organização - o quem(?) – Eldimri (Gú) Faria, Camilo Gomes, Eneida Voss, Joacine Katar Moreira, João Paulo Gomes, Helmer Araújo, Flaviano Mindela, Milena Barreto,   Manecas Brito e Silva e Alberto (Beto) Garês – ah, e foi engraçado também este ano porque se escolheu um tema: “Encontro de (Gerações) Djorçons” como mote.



Viveram-se momentos extraordinários e alegres naquela base dos “comes e bebes” regado apenas pelo convívio, afeto e confraternização, como práticas que também fazem parte dos guineenses. Uma semana foi quanto durou, o dia em que se decidiu a data e o evento. Afinal já se tinha um público alvo, fiel e muito leal. Muita gente animada e com bom humor partilharam, dez horas de boa música, companhia e afetos. Da minha geração não faltaram para além dos amigos já mencionados, o Tuntun, Mitchas, Gogui, Celso, Dilma Delgado (Mosa), Sónia Évora, Rosita e alguns que à memória decidiu atraiçoar.