29 de Dezembro de 1864 era publicado o primeiro número do que viria a tornar-se num dos principais jornais de referência em Portugal, o quotidiano Diário de Notícias
Notas & Informações
Apreciem dois artigos tirados dos arquivos da DN, que me despertaram alguma atenção. Como cada vez mais, vou acreditando menos, nas coincidências (insisto em repisar, caro leitor de outras paragens) achei curioso esses artigos que decidi postar nestas "Notas e Informações".
É que tive oportunidade de ler no referido jornal quotidiano português, do dia 13 de Setembro do corrente ano, uma brochura publicada em pequenos brindes, tirada das publicações feitas nos anos vinte do século passado. Numa dessas brochuras constava uma notícia sobre à Guiné ainda portuguesa, colada a uma outra notícia desta feita, sobre o Gandhi. Li e trago para ordinhar nesta Ordidja, e para comparar, claro, ao estilo da minha maradura.
Fonte: Diário de Notícias Título: “AS ESTÓRIAS NUNCA CONTADAS PELA HISTÓRIA”
Subtítulo: “Primeira República”
Dn | 03. 07. 1920
Lead: “NA GUINÉ NÃO HÁ MENDICIDADE, MAS TAMBÉM NÃO HÁ ESCOLA”
“Desde que o ‘Diário de Notícias’ começou a sua nobre e patriótica campanha a favor do nosso patriotismo colonial, muito se tem dito e muito há ainda para dizer, como por exemplo: O viajante que percorra todas as suas regiões que devem ter uma população aproximadamente de um milhão de habitantes, não depara com um único mendigo. A população da Guiné, como muita gente sabe, é constituída por diversas raças com idiomas e costumes diferentes; mas ninguém se entrega à mendicidade.”
DN | 14. 01. 1921
Lead: “ O CURIOSO PERFIL DE UM AGITADOR HINDU”
“ Gandhi, o austero, prefere à civilização do Ocidente, que qualifica de satânica, a cultura tradicional do seu país. Para conseguir a auréola do martírio pretende excitar contra si as autoridades inglesas, que, percebendo-lhe as intenções, acham melhor deixar em boa paz o pregador fanático. (Do nosso correspondente especial)”
É que tive oportunidade de ler no referido jornal quotidiano português, do dia 13 de Setembro do corrente ano, uma brochura publicada em pequenos brindes, tirada das publicações feitas nos anos vinte do século passado. Numa dessas brochuras constava uma notícia sobre à Guiné ainda portuguesa, colada a uma outra notícia desta feita, sobre o Gandhi. Li e trago para ordinhar nesta Ordidja, e para comparar, claro, ao estilo da minha maradura.
Fonte: Diário de Notícias Título: “AS ESTÓRIAS NUNCA CONTADAS PELA HISTÓRIA”
Subtítulo: “Primeira República”
Dn | 03. 07. 1920
Lead: “NA GUINÉ NÃO HÁ MENDICIDADE, MAS TAMBÉM NÃO HÁ ESCOLA”
“Desde que o ‘Diário de Notícias’ começou a sua nobre e patriótica campanha a favor do nosso patriotismo colonial, muito se tem dito e muito há ainda para dizer, como por exemplo: O viajante que percorra todas as suas regiões que devem ter uma população aproximadamente de um milhão de habitantes, não depara com um único mendigo. A população da Guiné, como muita gente sabe, é constituída por diversas raças com idiomas e costumes diferentes; mas ninguém se entrega à mendicidade.”
DN | 14. 01. 1921
Lead: “ O CURIOSO PERFIL DE UM AGITADOR HINDU”
“ Gandhi, o austero, prefere à civilização do Ocidente, que qualifica de satânica, a cultura tradicional do seu país. Para conseguir a auréola do martírio pretende excitar contra si as autoridades inglesas, que, percebendo-lhe as intenções, acham melhor deixar em boa paz o pregador fanático. (Do nosso correspondente especial)”
Notas: Estas duas notícias foram escritas, se tivéssemos que fazer as contas, não contaríamos cem anos. Engraçado seria, compara-las, olhando pelo monitor do tempo, aquele da memória. Na “máquina do tempo” se fossem escritas hoje, aqui no Ordidja muitos não estranhariam de certeza dois Factos:
Aqui vai…
Ordidja: 10/11/10
Lead: “ NA GUINÉ HÁ MENDICIDADE, MAS TAMBÉM HÁ ESCOLAS”
Não vou começar pela primeira frase – aliás quando fazia cópias, na “primária” nunca começava pela primeira frase, ora, era esse o meu grande problema – continuando: noventa anos depois, na Guiné, há Escolas, embora muito pouco, para a população que tem, pois o índice de Desenvolvimento Humano, é baixíssimo, e a esperança de vida é assustador. Percorrendo todas as suas regiões o que se nota é que não há professores, para número de habitantes jovens, num país em que à pirâmide populacional, não está invertida, está bem posta no lugar.
Atenção: Já não é colónia, é “independente”, há 37 anos, em termos de habitantes, existem mais de um milhão e quinhentas mil almas, depara-se, ou melhor, centenas de mendigos (ou fica melhor “milhões”;) sobretudo crianças nos entorpeçam pelas ruas da capital. A população da Guiné, como todos sabem (o mundo hoje está ligado pela NET) é constituída por guineenses, com uma diversidade cultural extraordinária, com usos e costumes a dar com o pau, uma biodiversidade ímpar, uma riqueza inigualável, e o Estado se entrega à mendicidade.
Aqui vai…
Ordidja: 10/11/10
Lead: “ NA GUINÉ HÁ MENDICIDADE, MAS TAMBÉM HÁ ESCOLAS”
Não vou começar pela primeira frase – aliás quando fazia cópias, na “primária” nunca começava pela primeira frase, ora, era esse o meu grande problema – continuando: noventa anos depois, na Guiné, há Escolas, embora muito pouco, para a população que tem, pois o índice de Desenvolvimento Humano, é baixíssimo, e a esperança de vida é assustador. Percorrendo todas as suas regiões o que se nota é que não há professores, para número de habitantes jovens, num país em que à pirâmide populacional, não está invertida, está bem posta no lugar.
Atenção: Já não é colónia, é “independente”, há 37 anos, em termos de habitantes, existem mais de um milhão e quinhentas mil almas, depara-se, ou melhor, centenas de mendigos (ou fica melhor “milhões”;) sobretudo crianças nos entorpeçam pelas ruas da capital. A população da Guiné, como todos sabem (o mundo hoje está ligado pela NET) é constituída por guineenses, com uma diversidade cultural extraordinária, com usos e costumes a dar com o pau, uma biodiversidade ímpar, uma riqueza inigualável, e o Estado se entrega à mendicidade.
Lead: “ O CURIOSO PERFIL DE UM PACIFICADOR HINDU”
Gandhi o humanista, e cada leitor poderá acrescentar conforme aquilo que conhece, HOJE, do Gandhi. Pois o tempo faz a sua labrega interpretação das Palavras e dos Factos, olhem estas palavras utilizadas e articuladas na notícia sobre o líder indiano, onde com afinco reforçam, “AGITADOR HINDU” que todos conhecemos nos tempos que correm como um Homem, que trouxe ao Mundo uma mensagem forte e clara, afincado nos princípios da Não Violência, e sabemos que assim conquistou o Mundo, embora não sendo um santo.
“Nunca fui um santo” como hoje nos lembra Nelson Mandela (Madiba) no seu último livro, "Conversations With Myself", pois as editoras portuguesas traduziram "Arquivo Íntimo" embora do outro lado do Atlântico tenham dado: "Conversas comigo mesmo" numa tradução feita pelas editoras brasileiras. E como todos sabem, já foi lançado em Lisboa.
“Nunca fui um santo” como hoje nos lembra Nelson Mandela (Madiba) no seu último livro, "Conversations With Myself", pois as editoras portuguesas traduziram "Arquivo Íntimo" embora do outro lado do Atlântico tenham dado: "Conversas comigo mesmo" numa tradução feita pelas editoras brasileiras. E como todos sabem, já foi lançado em Lisboa.
Reparem que era natural e aceite vangloriar nessa época, quando se redigia uma notícia, como hoje, é frequente e natural escrever assim num site, quando nos colocamos na pele dum observador ou contador de estórias, das histórias, no cyber espaço. Virtualmente falando entenda-se. Chego a conclusão que muitos ainda não deram conta, que à MENTALIDADE esse já mudou, mas só no Mundo, e não na Guiné! Não querem mais provas pois não?
Falta-nos um pouco mais de audácia e, já está na hora de conjeturarmos para além da frase gasta, aquela que gostamos de sublinhar “ O que é preciso, é a Mudança de Mentalidade”! Temos que pensar para além dessa Mudança, ou como dizia um polícia guineense, Braima Dúvida, “Por Além disso, sobrinho…por além disso…”
Nota-se a flagrante auto promoção, do quotidiano DN na época, fugindo ao habitual politicamente correto dos novos costumes, ou melhor, dos novos tempos. Fugi à cópia dessa primeira frase, por isso. Pois também não sou santo!
Volte Sempre!
