quarta-feira, 25 de julho de 2012

Roberto Cacheu

Deputado Roberto Ferreira CACHEU
Por: Geraldo Martins*

A sociedade guineense está em estado de choque. Como uma tempestade inesperada, a notícia do presumível assassinato de Roberto Cacheu veio abalar todos os pilares da nossa consciência colectiva. Assassinar barbaramente um adversário político é um crime hediondo; deixar os familiares e amigos na ignorância durante seis meses, é uma atitude inqualificável. Como chegamos a isto?

Não pertenço ao círculo de pessoas que mais conhecem o Roberto, mas das poucas vezes que conversei com ele, vi diante de mim um homem extremamente cortês e elegante, que sabia discutir, e forçava o respeito, mesmo quando discordávamos das suas ideias. Precisamente, qualidades que tanta falta fazem na política guineense. Essa elegância, foi a minha primeira impressão dele, e aquela que certamente vou guardar pelo resto da minha vida; uma marca indelével de respeito e de simpatia que nos seduz e nos sossega. De modo que, quando soube do sucedido, dois fios de lágrima soltaram dos meus olhos e um tornado de emoções estremeceu o meu corpo.

Não sei porquê, mas cresce em mim o pressentimento de que estamos no fim de uma era, uma espécie de passagem do paleolítico para o neolítico da política, em que os guineenses, caídos, vão começar a levantar-se do chão, a erguer-se com dignidade, e a libertar-se do pesadelo que nos verga e nos oprime com um magestismo sufocante.... Roberto Cacheu!!!!    

*Geraldo Martins - guineense, ex-ministro da Educação Nacional, Cultura e Desporto  e especialista em Desenvolvimento Humano no Banco Mundial


Ordidja-notando

Não consegui conter as lágrimas! Até hoje, a incredulidade tem amainado cada impulso  para escrever algo sobre Roberto Cacheu. Agradeço ao ilustre irmão e compatriota Geraldo Martins, por mais esta majestosa colaboração e partilha. 

Agradeço a sua coragem, ao tocar de forma acertada, com cada letra que compõem cada palavra neste texto os corações de homens de Paz e de boa vontade. Objetivo e frontal, neste momento como diz e bem, de forte abalo de "todos os pilares da nossa consciência coletiva" e da nossa guineendade. Que ambição política ou intolerância democrática tem o direito de: provocar tanta dor e tristeza as viúvas, aos órfãos, aos familiares e toda família guineense? 

Como vamos ultrapassar mais esta monstruosidade, traição e cobardia, contra um irmão mais-velho, amigo e camarada?

COMO?