Samba Bari
Eu ate gostava de
aparecer neste espaço com outras reflecções e com temas diferentes das de
realidades politicas e muito menos das de crise. Só que, infelizmente, a
preocupação com a minha pátria não liberta a minha memória para fluir em outras inspirações.
De momento, dia pós
dia, sentamos compartilhando as nossas vidas, nossos sonhos, nossos medos e
também dos nossos erros.
Como é da realidade
natural, acho que temos boa maturidade para compreender que partir do momento
que o ser humano criou as hierarquias organizadas em cada república. Os métodos
prementes que guiou os relacionamentos políticos e estatais, foram e são sempre
de interesses permanentes.
Dai a importância de
cada um de nós ter uma contenção em termos de pronunciamento e exposição.
Porque as vezes as emoções repentinas do sentimento, leva-nos na perda de consciência
de acreditar na realidade revertível... De acatar o facto consumado com calma e
ponderação, para poder transforma-lo em norma desejada sem perda de muito
tempo.
É verdade que todos nós
ainda podemos estar com stresse e revoltados... Mas devemos expandir a nossa visão,
aguçar o nosso pensamento, intensificar a nossa calma e atenção, para
percebermos que nesse preciso momento histórico em que estamos, é mesmo impossível
voltarmos na nossa conjuntura politica imediata que vivíamos até dia 11 de
Abril de 2012.
Já agora, estamos
confinados com um envolvimento situacional que exige de todos nós... Ou seja,
uma serenidade de assegurarmos o momento politica transitório que temos de
atravessar, de formas a que possamos acompanha-lo sem mais drama e complicação.
Sob pena de vermos a necessidade de dilatar esse tempo de 12 meses, devido ao
insuficiente preparo possível, resultante da nossa falta de conformismo e de
aceitar a realidade desse grande presente que somos obrigados a enfrentar.
Nesse imbróglio
confuso que estamos metidos, somos os únicos responsáveis das dificuldade que
estamos a passar, e com certeza seremos os únicos responsáveis para inspirar a
nossa livre vontade de superar o momento com êxito e eficácia.
Todo o grosso
restante interveniente do processo não passa de um estranho no meio de uma família
a usar o bel-prazer do seu interesse por onde estamos simplesmente a ser vítimas
de aproveitamento. Se não vejamos:
Senegal vive sempre ressentido
da questão Casamança e aspeto da rivalidade de vizinhança para jogar a cartada
de pouco interesse da nossa vida em tranquilidade.
Burkina Faso, vai
ponderando os seus momentos de consistência na região, para sobreviver com as
vantagens de confiança que está a ser dado.
Gambia, pode ser um
que ofereceu vontade para ser ouvido, mas com interlocutor stressado, ou sem
dom de mediação. De formas que aproveita dessa crise para limar as suas
amizades.
Angola, preocupado
com alguns milhões já investidos, motivados de grandes esperança e de alguns
ganhos. Vive da inquietude em ver o desmoronar dos seus alicerces de consistência,
sem ter ainda assegurado nenhum retorno. Daí os motivos de tanto stresse... Sem
mãos a medir, nem consequência dos meios para atingir uma resolução a seu
favor, seja como for.
E ainda no projeto para implementar a sua hegemonia regional, e de assegurar
permanência da MISSANG para não sair humilhado. Fez desta crise a sua vida e
morte.
Costa do Marfim, o
presidente Alassane Ouattara (atual presidente em exercício da CEDEAO) ainda
não esqueceu do apoio inequívoco do presidente Eduardo dos Santos ao Laurent
Gbagbo, até a última hora, contra a sua legitima escolha para o exercício da presidência
da republica... Ganhou oportunidade nesta crise, uma forquilha diplomática para
manifestar o seu desagrado e jogar contra a vontade Angolana
Nigéria, nunca ia desprezar
esta oportunidade de se mover contra qualquer pretensão da diplomacia Angolana,
para neutralizar a sua vontade de se erguer numa potência regional.
Enquanto Cabo-Verde
está como quem observa calado, para depois reagir só com o que vai ao encontro da
comunidade internacional. Com a formação do governo e a sua imediata entrada em
vigor, evidenciou a certeza de um adeus ao antigo regime… Pelo que, vamos
diminuir as reclamações e de perder mais tempos em tentar o impossível. Ou de
estagnar a nossa caminhada em divergir entre elogios e acusações. Ou seja,
entre os que defendem um Cadogo de grande gestor, modesto em coisa publica,
trabalhador incansável para o bem do povo e aponta os seus exemplos, e outros
que olham no Cadogo um ditador, um perseguidor, um divisionista, um carrasco em
neutralizações físicas e também aponta os seus exemplos...
Alias situação
constatada que nunca nos pode dar poderes autónomos para direcionar num rumo
certo, e de dar volta a nossa errada mentalidade de arrogância e de
sobressaltos.
Portanto, antes de
culparmos a “solução CEDEAO”, é preciso culpar mil vezes os nossos
procedimentos de tanto causar preocupação ao mundo e a nossa falta de
capacidade e vontade de entendimento para ultrapassar os nossos desentendimentos.
Nesta base, o melhor
que temos a fazer, é mentalizar que neste mundo nunca existiu e nem existirá
nenhum homem insubstituível... E pegar neste imenso presente que temos, com árduo
esforço para reorganizar o país e entregar o tempo e o futuro, a justiça dos
factos consumados.
Porque na vida, o
sucesso não está simplesmente no poder de celebrar a vitoria, mas também em
saber levantar orgulhoso e com rapidez, em cada queda no meio do nosso
percurso.
Na minha opinião,
acho muito erado o incentivo a desobediência civil ou a recusa de acatar com as
orientações hierárquicas na nossa função pública.
Muitas crises políticas
passaram, todos com custos de vida humana… E essa foi uma exceção, ainda melhor
que muitos momentos de paz que designamos de incidentes.
Uma guerra, não deve
ser solucionada com outra guerra... Pois quem sofre é a República da
Guiné-Bissau e o seu povo... Vamos lutar para o florescimento do país para cada
vez mais orgulharmos de sermos Guineenses... Perceber que a subsequência das
nossas crises, resulta das impunidades e na má gestão dos problemas anteriores.
Não de apostar em armas, na invasão militar ou no incentivo ao povo para vaiar
as instituições da República seja quais forem.
Meus irmãos e caros
compatriotas
Devemos ser do povo e
pelo povo... Ser de uma justiça coerente para uma estabilidade consistente...
Fazer de urgente a travessia transitória e chegar as novas instituições legais
para dignar a república... Nunca aceitemos fazer parte de quem deseja mal para
o país, nem de gozar com essa república que nos viu nascer... Já que graças a
ela, somos identificados de naturalidade e nacionalidade.
* Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade
Lusídas de Lisboa