sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sai do acostamento...



Conselho de Segurança debate situação na Guiné-Bissau

Fonte: Jornal do Brasil
O Conselho de Segurança das Nações Unidas debateu, nesta quinta-feira a situação política da Guiné-Bissau. Angola, e Brasil, que ocupa uma cadeira rotativa no Conselho, discursaram na reunião, que foi presidida por Portugal.

O representante especial do Secretário-Geral na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, disse que o país de língua portuguesa, no oeste da África, tem registrado avanços na estabilidade política. Mas segundo ele, a criação do Fundo de Aposentadoria para Militares, e as reformas da Segurança e da Justiça são vitais para a calma na Guiné.
A embaixadora do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que preside a estratégia de paz da ONU para o país, elogiou a ação do governo.

Parte Inicial
Falando em inglês, Maria Luiza Ribeiro Viotti disse que o governo atual tem sido o mais estável e o mais duradouro desde 1997.
A ministra da Economia, do Planejamento e da Integração Regional da Guiné-Bissau, Helena Nosolini Embaló, afirmou que o governo está pronto para as reformas e que já fez a sua parte inicial, mas o financiamento internacional ainda não é suficiente.

“Pretendemos, portanto, que eles (a comunidade internacional) reforcem o seu apoio. Todos falam que a reforma da defesa e segurança é fundamental. Sem estabilidade política não pode haver desenvolvimento. Tudo bem. Nós todos compreendemos e aceitamos esses princípios que são básicos. Mas para fazer a reforma, obviamente, tem que haver um apoio consistente e efetivo da comunidade internacional. E apesar de se reconhecer que ela é necessária, quando chega a época das contribuções começa a haver uma certa hesitação. E nós viemos aqui dizer as pessoas: ‘não hesitem mais’.”

Vontade Política
A ministra da Economia afirmou que o passo inicial da criação do Fundo de Aposentadoria para os militares é de US$ 45 milhões, equivalentes a mais de R$ 76 milhões. Segundo ela, as outras etapas do processo poderiam ser absorvidas pelo governo, uma vez que as bases da reforma fossem instaladas.

No próximo ano, a Guiné-Bissau realizará eleições legislativas. O país está se esforçando para se reerguer de uma onda de tentativas de golpe de Estado ocorridas após os anos de guerra civil no país.
Mas segundo a ministra, apesar dos desafios para a reconciliação nacional, o país tem feito progressos. Ela afirmou que casos isolados de violência política “não representam a vontade do povo guineense de seguir adiante com segurança e estabilidade.”

Nota Ordidja
Prometem, prometem e tanto prometem que depois não cumprem. Empurram à meta alguns metros à frente para prolongar a maratona dos conjuntos de intenções, e mantos de expectativas. Tradução mais clara do que esta, para definir a persistente lengalenga (que dura e perdura) entre a Comunidade Internacional (CI) e à Guiné-Bissau, não encontro.

Num certo período deu-me a entender que as exigências eram estas: “Só com estabilidade haverá fundos...” nos tempos que correm a corte da CI parece exigir “Só com Justiça haverá fundos...”. E lá vamos nós, virar o disco para tocar o... Enquanto o passado queimar o nosso presente, retomaremos com cada vez menos fôlego, o impiedoso percurso que nos vão preparando.

Instabilidade virou nossa sina? Sei não!

Impunidade é a nossa inquietude? Sei sim!

Por estas e por outras que já nem falo (escrevo) sobre estes assuntos, que de tão complicados, provam, que nada sei. E se para tentar descomplicar, houvesse mesmo uma verdadeira vontade, de fazer Justiça na Guiné-Bissau?

Ah? Das várias palavras e nomes novos, que vou conhecendo ou tendo contacto aqui no Brasil, um(a) saltou-me a memória agorinha e é o: ACOSTAMENTO. Em duas palavras, o acostamento é aquele espaço livre à berma da via principal. E apetece-me gritar:

saia do acostamento, Guiné! Senão...