sexta-feira, 17 de julho de 2015

Nobas soltas...


Está previsto para hoje, a transladação da urna da Jornalista Rosete Reis, para Bissau. De recordar que a malograda faleceu na última sexta-feira em Lisboa. O jornalismo guineense perdeu uma das maiores referências da classe, pois a Rosete Reis foi uma profissional abnegada, rigorosa (até demais) e extremamente competente. Tive a sorte e o prazer de trabalhar com ela entre 2001/2003, durante o período em que ela desempenhou a função de correspondente da RR na Guiné, substituindo o jornalista Muniro Conté, e nos anos 2003/2006 já na Guiné, foi uma âncora para o formato da Rádio Sol Mansi. As emissoras de rádio de Bissau farão uma cobertura em direto a partir do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, num último adeus a uma profissional sem mácula.

Num dia de extrema tristeza e sofrimento, quero aproveitar mais uma vez a oportunidade de endereçar a toda a família especialmente o Dr. Amine Saad e a Amina (esposo e filha), aos colegas de profissão da Rosete, em especial ao Agnélo Regala e ao Muniro Conté, à todos, os meus sentidos pêsames e profundo pesar por esta perda irreparável nos vossos corações. Descansa em PAZ amiga, e irmã Rosete Reis!!!  
  

Termina hoje, o ciclo de conferências e workshops sobre a vida e obra do lendário N’kanandé Ká. Organizada pela ONG Bios, as jornadas de reflexão serviram segundo o Dr. Jorge Otinta para “ de uma forma singela e inédita lembrarmos e unirmos a volta do primeiro centenário da morte, de um mártir da resistência e da luta contra o domínio colonial…”. 

As jornadas começaram em Safim, depois seguiram para Prabis, na semana passada estiveram em Quinhamel e, hoje estarão em Biombo (Meca da etnia Pepel). O início das atividades, está marcada para às 9 horas, com uma partida de futebol de equipas locais, e depois seguir-se-ão palestras e debates neste dia 17 de julho, há cem anos atrás desaparecia fisicamente o régulo (rei) de Biombo N’kanandé Ká um “combatente desconhecido” que sem recuar um centímetro resistiu de forma exemplar aquilo que viria à ser décadas de domínio  bárbaro e sangrento dos portugueses colonialistas.
Completa-se hoje os 30 dias sagrados de jejum e entrega dos irmãos muçulmanos. Em muitos países árabes vai-se celebrar nesta sexta-feira o Ramadão. Tradicionalmente na Guiné, nunca se sabe qual é o dia para a celebração desta data religiosa que fica sempre dependente do nascimento da Lua Nova. 
 
Segundo muitos citadinos de Bissau, criou-se até um mito urbano à volta do dia de sexta-feira, em que, segundo o mito, não se pode celebrar o fim do jejum, pois caso contrário, é a queda de quem está no poder e manda na Terra. Nos outros países africanos da região (Burkina Faso por exemplo), este mito incide mais nos ímanes e líderes das mesquitas. 

No fundo, todos sabemos que esta data foi sempre o motivo da épica discórdia, entres as duas correntes (alas) existentes na religião muçulmana. Aproveito desde já para endereçar os votos de boa celebração para todos os irmãos guineenses fiéis aos princípios sagrados do Islão e que sacrificaram durante este período de redenção. 

Que as vossas preces e orações pela PAZ, TRANQUILIDADE E PROGRESSO seja um grande gardicementu para a nossa querida GUINÉ!