sábado, 8 de março de 2014

EUA derrotados na OEA pela Venezuela, Brasil, Argentina


A utilização de um pequeno e corrupto governo, o do Panamá, pedaço arrancado da Colômbia e chefiado pelo empresário Ricardo Martinelli, para possibilitar uma virtual intervenção da OEA na Venezuela, foi derrotada nesta madrugada, na sede do antigo organismo que expulsou Cuba e convalidou todas as intervenções e golpes militares engendrados pelos Estados Unidos no continente latino-americano, nos últimos dois séculos. Como isso foi possível? Segundo o presidente Nicolás Maduro, o fato deveu-se à união dos países amigos (a votação final foi de 29 a 3), à frente o Brasil e a Argentina –  Os votos contrários foram dos Estados Unidos, Canadá e do autor da proposta, o Panamá.
Entrevista do presidente Nicolás Maduro na CNNCom efeito, a manobra destinava-se a respaldar as agressões de grupos de mercenários que, se dizendo estudantes, os quais, desde 12 de fevereiro vêm trancando vias, incendiando estações do metrô, escolas e postos de saúde e colocando bombas em redes elétricas e refinarias. No afã de abalar e desmoralizar o governo, esses grupos chegaram ao desatino de explodir uma árvore centenária e a deixaram no meio de uma rua de Maracaibo para sugerir um pretenso desgoverno. Todos esses atos eram espetaculosamente multiplicados pela mídia internacional, muitas vezes usando imagens falsas de tumultos na Síria, Egito e Chile, para sugerir que o caos estava reinando na Venezuela.

Com muita habilidade e determinação, o governo agiu em três frentes: 1) a de segurança, retomando as ruas e pontes assaltadas, com a prisão  e desarticulação dos bandos criminosos, inclusive seu líder maior, Leopoldo López, ex-agente da CIA, trancafiado há 15 dias numa cadeia de segurança máxima, próxima a Caracas;  2) a midiática, denunciando os atentados terroristas, através de sua mídia própria, à frente a rede multiestatal latino-americana Telesur e VTV e saus brigadas de internautas nos blogs e redes sociais;  e 3) na diplomática, atuando diretamente em sintonia com a Rússia e China, que asseguraram seu apoio ao enviado especial a Moscou e Pequim, o ministro Rafael Ramírez, e um giro do chanceler Elías Jaua, pela América Latina e Geneva e Nova York (veja vídeo de Helena Iono da entrevista de Jaua).
Antes de terminado fevereiro, ou seja, depois de 15 dias de tumultos incendiários, o governo já tinha completo controle da situação. Permaneceram agindo grupos isolados  em alguns bairros ricos de Caracas e outras capitais, que ainda provocam mortes e feridos (neste sábado, o total chegava a 20 de vítimas fatais). Atuam sem qualquer simpatia da população, a qual rechaça esses atos em 87% , segundo apontou pesquisa recente. Os ataques abrangiam as principais regiões do país,  concentrando-se na fronteira com a Colômbia, onde se comprovou o envolvimento de grupos paramilitares ligados ao ex-presidente Álvaro Uribe,
O golpe final, no entanto, estava sendo preparado nos corredores da OEA, no centro de Washington, próximo à Casa Branca. O Panamá, tendo por trás os Estados Unidos, entrou surpreendentemente com uma moção estabelecendo a ida de uma missão de observadores, os quais, com o apoio maciço da mídia transnacional, poderia implicar uma aberta intervenção na Venezuela.
Mas o presidente do país, Nicolás Maduro agiu rápido. O homem que a essa mesma mídia insiste em chamar desdenhosamente de “ex-motorista de ônibus”, o que ele foi, na realidade, mas que tem curso universitário em Cuba e se tornou um dos maiores chanceleres da América Latina, posto que ocupou por seis anos  no governo de Hugo Chávez, anunciou o rompimento de relações diplomáticas com o Panamá, em discurso, na homenagem do primeiro aniversário d morte de Chávez,. Dois dias depois mandou expulsar o embaixador e outros três diplomatas panamenhos. Enquanto isso, em diplomacia direta pelo telefone com os presidentes dos países da região, à frente Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia, Colômbia e México, acertou a rejeição da moção panamenha e o voto de solidariedade a Venezuela, afinal, aprovado na madrugada deste sábado, 08/03/2014.
- Com 29 votos a favor e três  contra, de Estados Unidos, Canadá e Panamá, a OEA abre assim o caminho para condenar a violênncia e descarta  que uma comissão observadora vá a Venezuela para constatar a situação produto da violência , como se haviaa propuesto anteriormente – disse o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton
Agora, o problema venezuelano será tratado de forma soberana  em Santiago do Chile, no dia 12 de março, quando já terá assumido o governo a presidenta socialista Michelle Bachelet, com posse marcada par o dia anterior. O chanceler Elías Jaua reconheceu que “esta conquista foi fruto do legado de integração do líder bolivariano Hugo Chávez, continuado pelo ex-presidente brasileiro Lula da Silva e posteriormente por Dilma Roussef, e Néstor e Cristina Kirchner, na Argentina”.
“Nosso embaixador Roy Chaderton nos explicou que foram veementes as intervenções em defesa da Venezuela”, disse Jaua, depois assinalando que a reunião de emergência da Unasur, dia 12, em Santiago,
oferecerá em detalhe a  a verdadeira realidade na Venezuela”
É importante que a leitura do material contido nos links abaixo, cada um com vídeo: