Desde
já é possível apresentar uma das principais características da sociedade
guineense, a violência. Mas antes de debruçar sobre assunto, permitam, que
expresse aqui, o meu profundo arrependimento pelos atos em que fui violento,
contra qualquer ser vivo. Fisicamente, verbalmente, psicologicamente, socialmente
ou humanamente. Impulsionado pela força animal, pela força de intervenção ou por
qualquer outra força, confesso que muitas vezes fui violento. Tanto é, que aproveito
desde já para pedir as sinceras desculpas há todos(a).
Posto
isto, reafirmo que a compreensão de alguns pilares sociais básicos, faz-nos
compreender o ser humano, o meio ambiente em que está inserido e, o andamento da
sua vida social. No nosso caso (guineense) afirmo que herdamos uma sociedade
extremamente violenta. A começar pela violência, em espaços privados, ou no seio
das famílias. Começando nas palmadas, passando pelas bofetadas até chegarmos
aos “sutis” com o sinto, mantampa de goiaba, de serra ou outras árvores com
ramo maleável. Comprova-se facilmente a multiformidade da violência no quotidiano do
guineense. E é, com muita pena que se constata atualmente atitudes
educativas, desta natureza, em alguns lares da nossa terra.
Mas
os traços da violência também se manifestavam nas escolas. Era comum ver numa
sala de aula, alguns instrumentos de violência que se consideravam educativos
como a palmatória, a régua grande, ou chicotes. Sobre este último, convém
lembrar que enquanto sociedade que emergiu do colonialismo, conhecesse muito
bem as atrocidades cometidas com a utilização do chicote, que remonta da época
da escravatura. Quantos dos meus parentes de Biombo não levaram a palmatória
nos pés, por andarem descalços em Bissau? Quantos?
Cresci
sendo sempre desafiado para uso da violência. Basta-se uma pequena discussão, ou
confronto de palavras, para que se partisse para a violência. Aliás aquele que
não brigava (guerreava) era considerado covarde e, muitas das vezes afastado do
meio da nossa convivência. Tínhamos que pegar teso (PEGA TESU), não tendo medo de brigar em
locais de culto como a “floresta” nos tempos idos do Ciclo Preparatório Salvador Allende.
Não
maçarei aos leitores com análises sobre a violência política, elegendo questões
agudas e tenebrosas que, marcaram a formação da sociedade pós-colonial, até
porque a minha intenção de intervir
por agora sobre a violência, não tem como parâmetro a eficácia política mas sim
social. Isto porque é notório que, várias manifestações da violência social são
reflexos, dos contextos e circunstâncias supra referidas.
Já
que estou falando da violência fazendo, uma incursão transversal, adequado ao
estilo e forma da sociedade guineense, tenho, toda a tranquilidade, para concluir
que o assunto que tem animado o Blog das descarnas e impropérios é, algo que,
por ter um teor de propaganda sensacionalista explícita, não alcança nenhum
valor ético. Não quero com isso apoiar a violência que acuso, e descasco, às suas origens e manifestações na nossa sociedade.
Mas,
a suposta vítima, que todos conhecem a anormalidade do seu caráter, que considera
ameaça, o fato de um ministro lhe dizer em bom crioulo “bu sibi ami i kin” que
insulta de forma descarada, tudo e todos, usando vocabulários inapropriados de
uma pessoa sem mínima educação, que promove o ódio e a violência receitando
construções e manifestações com uso de “coktails Molotov” , que ameaça em alto e bom som agredir e “matar”
com tiros na cabeça, os outros, pergunto, onde está a Justiça neste país? Que
justiça, para uma pessoa que incentiva a violência e cospe ódio, em cada frase
que escreve? Que justiça, para quem tenta manipular a opinião pública, desde
sempre irracional? Não haverá algo de “violento” na propensão de alguns(os clakeros)
em condenar, antes de qualquer julgamento?
Para
rematar, considero que, uma das consequências nefastas desta forma de comunicar
é a desqualificação, da figura do blogueiro, que enquanto um produtor de intervenções
é, na maior parte das vezes mais vitimista do que ativista. E o mais triste
ainda é que o blogueiro se esquece que é da casa do suposto agressor que sai o
sustento da irmã (que é empregada doméstica na casa do suposto agressor) e a
renda da casa onde vive.
Há
tempos atrás, alguém me perguntou o que achava do vitimista, ou melhor do
ativista (sem causa), e a esse alguém respondi que se trata de um individuo,
cujo a personalidade se resume na celebre frase do psicanalista Sigmund Freud “realização
disfarçada dos desejos recalcados”