quarta-feira, 15 de julho de 2015

Ideia do arco-da-velha…

“As pessoas têm medo de admitir quanto a sua vida depende da sorte: mete medo pensar que existem tantas coisas para lá do nosso controle” Woody Allen in o filme “Match Point”

O senso comum diz que todos são inocentes até prova em contrário, o que prova que, o homem não é uma máquina de meter moeda. Se é verdade que o ser humano é resultado de escolhas e de circunstâncias. Também não deixa de ser verdade que, ninguém (com exceção dos profetas) tem poder sobre as circunstâncias, embora há todos é reservado, a possibilidade da última palavra no momento da escolha.

Reconheço que, o que escrevo, são ideias do arco-da-velha, mas digo mais, são manifestações de que o realismo do momento irá fazer a inteligência triunfar sobre o poder da força. Pois aqui, neste país, prende-se para se investigar de forma aleatória, disparando para todos os lados, com um único intuito. Condenar e humilhar na praça pública! Daí as indignas fugas de informação alimentadas pela PGR, estarem a transformar o suposto “segredo de justiça” na maior farsa da atualidade, para ser mais meigo.  
   
Ontem como hoje, estão criadas as condições para surgimentos de novos tipos de “ditadura”. Digo isso, porque sabe-se que, a justiça neste país está apetrechada de atores e agendes que tripudiam (evitando investigações, apagando provas) sobre a verdade dos fatos de forma tão desavergonhada, que mete MEDO e demonstra COBARDIA. A integridade e a compostura são uma raridade por estas bandas, o que torna a justiça num mero instrumento de repressão e ajuste de contas na maioria dos casos. Ponto final! 

O que se está a passar recorda os piores momentos da nossa estória recente, em que a justiça foi tão mal utilizada que se tornou discricionária e perversa. Mais do que episódios (que retratam fugas, detenções e audições) existe uma tomada de consciência de que tudo está a ser orquestrado por alguém. Quem? É a grande questão?   

Quando se criou o Estado na Guiné-Bissau, se esqueceu ou não, de adicionar o pilar, Justiça, na estrutura? 

A justiça é hoje mais séria, responsável e eficiente ou ao invés, é mais atabalhoada, inconsciente e arrogante? 

O corolário das ações de governança verificadas no passado, pode confirmar e, é prova irrefutável ou não, da submissão do poder judicial ao poder político? 

Neste país, é fácil ou não concluir que, a justiça anda a reboque da política, e isso é ou não um péssimo sinal que se transmite a opinião pública? 

O fio da navalha desta realidade cruza-se ou não, com PGRs manietados aos caprichos dos PRs no passado e desbarataram o valor supremo da credibilidade?

Muita coisa está a funcionar mal na Guiné, isso não é novidade para ninguém, mas a (in)Justiça está a atingir níveis preocupantes. Os périplos de transposições de lutas políticas para às barras dos tribunais, práticas aliás, verificadas nos regimes anteriores, são vistos com maus olhos, por alguns analistas, uma vez que, consideram tratar-se de puras evocações inconscientes dos desejos recalcados. 

Será que estamos perante situações de TORNA N’UTRU ou BU TEN KU SINTI KIL KUN SINTI, que o Freud resume na célebre frase “Realização disfarçada de desejos recalcados”?

Ao que parece a grande dificuldade de criar o próximo Executivo é, a limpeza sem quebrar o verniz. E, isso para muitos é, quase impossível! Trata-se de um problema de moral que não é novo e nem é de agora e parece endémico, estando colado de forma latente à classe política. Na minha humilde opinião nada melhor e não existe terreno mais propício para fazer reformas de fundo. Assim sendo deixo aqui 3 dicas:

1 – Criar um governo pequeno com 14 ministros e 6 secretarias de Estado;

2 – Todos os governantes implicados em processos de corrupção deveriam pedir demissão em bloco e apresentarem total disponibilidade de colaborar com a justiça;

3 – Levantar imunidade parlamentar e governativa em todos os processos de corrupção existentes no país, incluindo pessoas que estão fora do país e o processo em que o atual PGR era delegado do ministério público, o atual ministro-diretor de gabiente do PR era advogado de defesa e o PR era constituinte; 

E mais, não digo!!!