GENERATION: IERI, OGGI E DOMANI
DEL SOGNO INDIPENDENTE AFRICANO
Trinta anos depois da primeira mostra na cidade de Verona, o Festival de Cinema Africano, desta cidade italiana, teve como título este ano “Geração: ontem, hoje e amanha”. Um titulo escolhido para celebrar, este evento cinematográfico, que se tornou referência nos dias de hoje. O certame da sétima arte africana de Verona celebrou, três décadas de existência e mais do que nunca consolidou a sua performance de um dos palcos de maior divulgação do cinema africano na Europa.
No site: www.festivalafricano.altervista.org pode-se ler como tudo começou, a partir do ano 1970. Segundo o mesmo site, o impulso maior para a efetivação deste projeto foi dado em 1981 com o engajamento da revista “Nigrizia dei Missionari Comboniani” e com envolvimento do “Centro Missionário” desta congregação católica. A epígrafe que reforça os objetivos deste festival fundamenta-se pelo seguinte: “dare una visione più vera delle realtà del continente africano”.
Ângelo Torres ator e realizador são-tomense já em Lisboa, depois de ter participado este ano como júri deste festival que decorreu entre os dias 12 à 21 de Novembro, falou à Ordidja como tudo correu. Contando já com duas participações no evento, embora tenha sido visto, numa primeira vez, em 2002, enquanto ator no papel secundário, no filme “NHA FALA” do realizador guineense Flora Gomes, que foi o vencedor deste certame nesse ano. Ângelo Torres foi chamado a participar pela primeira vez como realizador em 2008, com o filme em curta-metragem “KUNTA”.
“Mais uma vez fiquei impressionado com a capacidade de organização e o entusiasmo manifestado pelo público italiano” afirmou o realizador são-tomense, que enfatizou ainda “este ano foram selecionados 28 filmes, entre longas e curtas-metragens e documentários”. Segundo Torres, no certame deste ano os temas sobrevoaram sobre algumas questões que têm dominado a sociedade italiana e algumas situações candentes da realidade africana “ a imigração e os problemas dos africanos numa Europa em crise dominaram as discussões durante as palestras que decorreram durante o festival” sublinhou.
“Durante os dias do festival foi notável a participação dos mais novos na assistência, e houve deslocações em algumas escolas para que a partir de crianças ou jovens se comece a consciencializar sobre a multiculturalidade do espaço europeu da atualidade…achei isso extremamente positivo” considerou Ângelo Torres, que focou dois aspetos importantes que mereceram a nossa atenção – “ este ano houve dois filmes que mereceram largos comentários, um deles foi de ficção científica duma realizadora ganesa que vive no Quénia e o outro, um musical extraordinário do Senegal, fugindo assim ao ‘cliché’ que se tem colado aos conteúdos do cinema africano” um outro aspeto que o realizador são-tomense quis reforçar foi – “ existe uma necessidade de um ‘push on’ na sensibilização dos lideres e governantes africanos, para que tenham em linha de conta que o cinema é uma industria, que gera rendimento, emprego e pode ser uma montra para a promoção de qualquer país hoje em dia”.
Já a conversa ia longe, quando para rematar o Ângelo Torres disse “ um dos temas de debate que também gostaria de focar, foi à questão, dos conteúdos do cinema africano, pois considero que mais do que nunca, precisamos introduzir, à vertente lúdica e os ‘love story’, isso para que tenhamos mais público”
Mais palavras para quê?