Catarina Falcão e Rui Sangara
Tudo o que ler nesta pequena crónica é do pouco, que sobrou em palavras, do cair da tarde desta última sexta-feira, em que à Ordidja, se sentou à mesma mesa com os irmão e músicos Rui Sangara, Atanásio (Atchuem), o Alfa Djaló e a fotojornalista Catarina Falcão, na praça São Pedro de Alcântara um dos miradouros mais emblemáticos da cidade de Lisboa, e que está totalmente renovado.
Combinado com dois dias de antecedência, com local marcado, o encontro, ou o reencontro fixava um objetivo. Queríamos saber o que estes dois músicos guineense têm feito, e se possível, descobrir pontos comuns para uma colaboração futura.
Na conversa com o Atanásio (Atchuem) resoltou “já tenho uma maquete gravado tem oito faixas, aproveitei os quatro meses de estadia em Lisboa, para fazer isso, uma vez que nos últimos 5 anos tenho vivido na Guiné” afirmou. Carimbou ainda “graças a incansável ajuda do Mimito, consegui ter pronto para editar essas canções, embora no início queríamos gravar 12 canções, mas não houve meios” e lamentou o fato de não ter neste momento nenhum apoio institucional, e nem duma produtora, “estou a fazer tudo sozinho com ajuda de alguns amigos, e com os parcos recursos que juntei, tudo está ser feito com o meu esforço pessoal, é triste mas é a realidade, então agora, com esta ‘crise’, nós os artistas somos colocados no segundo plano” disse.
Com dois álbuns editados (Aventura e Preta di Guiné) este músico guineense, vai tentar lançar este ano ainda o terceiro trabalho, “se tudo correr como previsto o lançamento será em dezembro” assegurou. Atchuem ( O quê(?) na língua manjaca) segredou ainda à Ordidja, que para além do irmão tem tido a colaboração de outros artistas guineenses como: Manecas Costa, Juca Delgado, Ineida Marta, Estêvão Djibson, Duka e Tony Djimbê. A conversa ia longa, quando deixou que escutássemos uma música deste novo trabalho que tem como título “ Tonton Romeu”. Gostei muito dessa música, Atanásio, podes contar com à Ordidja, no que for preciso para que o teu projeto se torne realidade. Com mais de meio caminho andado, e essa tua persistência, o resultado só pode ser positivo, força irmão, pois olha que já faltou mais!
Atanásio (Atchuem) e Helmer Araújo
Depois aproveitamos para tentar saber, se o Rui Sangara, tem algum projeto na manga, ele que é, dos mais queridos artista guineense da atualidade. Com 5 álbuns editados, a nossa curiosidade não foi curada, pois Sangara tem um segredo, “gosto de guardar tudo a sete chaves” rematou. Sempre sorridente e bem disposto, na mesma caraterista de sempre, preferiu falar de como compõe às músicas: “ ando sempre com um pequeno gravador, onde vou registando as melodias e algumas letras que me vêem a cabeça, são aqueles momentos de inspiração que não deixo escapar” disse. Não adiantou muito mais, mas quis sublinhar que este Domingo (Hoje) vai estar no Bar Djumbai, para um matiné dançante, organizado pela Milena Barreto "vou lá brincar com os meus irmãos guineenses, e todos aqueles que gostam de boa música" frisou, pois sobre este assunto já tivemos oportunidade de postar e falar neste espaço. Eu vou ao Djumbai, e você?