sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Braços descruzados com memória duma ocupação

Barack vs Mubarac


Dez anos depois dei “contrada” com esta entrevista, do post anterior. Está no Youtube, graças a ação e vontade do irmão e camarada sãotomense, Humbah Aguiar. Foi giro recordar esse momento, muito obrigado Humbah! É bom descobrir registos e testemunhos duma ligação com uma profissão que abraçamos com gosto, e onde pessoas, lugares e países cruzaram o nosso caminho deixando marcas de todo o tipo. No fundo foi uma boa conversa traduzido em entrevista, com um jovem africano que acabava de publicar um livro de poesia.

Se escutar essa entrevista vai reparar, que é e será sempre minha preocupação, essa África em que não escolhi nascer, mas é o continente da minha pertença e perdição. Essa África, que descobre e inova no mundo, o sentido da Revolução pelo direito e dignidade humana. Uma nova Revolução pelo direito humano. Uma nova crença e um novo acreditar, numa vida melhor!

O que parecia um simples ato de protesto e revolta na Tunísia, que acabou na morte de um jovem e 26 anos de nome Mohammed Bouazizi, um licenciado sem emprego que vendia fruta e legumes, e cujo as autoridades policias confiscaram, a única forma de ganha pão que tinha. Quem diria que essa quarta imolação em tão curto espaço de tempo na Tunísia, desta feita em frente a um edifício governamental, logo do Estado, iria despoletar a mais bela das revoluções humanas, na era do cyber-politik, onde não há necessidade de golpe militar.  Não houve na Tunísia e por equanto o exército Egito, com os seus cerca de  um milhão de homens, estão cada vez mais do lado do povo. 

Muitos assinalam que estes novos ventos de mudança no mundo político, que por enquanto estão soprando apenas no norte de África, são os efeitos, da timbrada voz do presidente dos EUA Barack Obama, quando proferiu o discurso com o grande apelo à “mudança” de todos os homens que acreditam nos Direitos Humanos no mundo àrabe, e todos aqueles que reconhecem que é passo para a próxima grande conquista da Humanidade. Acredito que nenhum Homem, com um mínimo de educação cívica e um médio noção de cidadania, não pode e nem deve ficar indiferente a essa convocatória.

Cada época é feita de estrórias de tiranos como Mubarak, Ben Ali, Cadafis e demais ditadores que a história da hipocrisia do Ocidente finge não ver, para não dar “contradas” aos seus interesses económicos que esses senhores representam. E o engraçado é que nos países pobres, onde em alguns casos existem “candidatos” a tiranos, são exigidos dessa mesma “comunidade internacional” o mais evoluído das normas democráticas e práticas dos direitos humanos. São questões destas que persseguem-me e vão fazendo que seja necessário ordinhar neste espaço de cyber-djumbai.

Reparem que finalmente, não estamos a ver nas televisões do ocidente e do mundo, os árabes a queimar bandeiras dos EUA, ou embrenhados nos gritos de “guerra” contra o ocidente. A mudança está aí, e chegou eufórico. Mas mais notável ainda, é dar conta que os egípcios não estão à cruzar os braços, e vão bradando nas ruas das cidades a bandeira nacionail, embora o país viva sob ameaça de uma explosão social nunca visto, devido a teimosia do presidente Mubarak.
É verdade, a revolução começou e vamos dando conta aos poucos!


Viva à Revolução!
Viva à Libertação!
Mubarak RUA!