terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Elementar, caro Kadhafi



Fonte: Rádio Renascença

Conselho de Segurança da ONU debate crise no país


O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se hoje para debater a crise na Líbia, noticiou a AFP citando o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Conselho de Segurança da ONU debate crise no país. Em Los Angeles, onde participa num evento, Ban disse também que tinha falado ao telefone com o líder líbio Muammar Kadhafi, exortando-o a dar mostras de moderação. "Exortei-o a respeitar os direitos humanos, a liberdade de reunião e de expressão", disse o secretário-geral da ONU.
 
Opinião
Elementar, caro Kadhafi

Depois de ter mandado o filho falar barbaridades na televisão pública líbio, Kadhafi, resolve pronunciar sobre o seu paradeiro. O país arde, e o tirano líbio faz tiradas de quem realmente não respeita ou melhor nunca respeitou à Vida Humana. O mais triste nas declarações de Kadhafi foi quando afirmou “estou na Líbia não fui para Venezuela”. Diria um amigo “fim duma criatura”…

Está claro que o mundo está perante um dos homens mais sangrentos da estória da humanidade. Convém que a comunidade internacional e as Nações Unidas, não fiquem só pela condenação dos últimos atos perpetrados por Mouammar Kadhafi. Como pode passar na cabeça de um homem mandar bombardear com aviões (caças bombardeiros) e helicópteros, manifestantes desarmados. Homens que apenas pedem aquilo a que têm direito, Liberdade. Liberdade! Quanto custas palavra simples. Espero que as instituições penais internacionais, mostrem mais firmeza e acusem desde de já, Kadhafi, por crimes contra a humanidade e de genocídio contra o povo líbio. Kadhafi está a ser à maior vergonha de África. De todos os países que compõem à União Maghreb Árabe (UMA) que neste momento estão a ser sacudidos pelo vento de Mudança, à Líbia apresenta o quadro mais complicado, muitos dos comentadores ocidentais gostam de sublinhar “quadro negro” eu diria “quadro branco”.

Já se conhecia as depravações de Kadhafi, mas creio que ninguém pensou ou sequer imaginou, que chegaria a este ponto. As mortes não param de aumentar na Líbia, e da União Africana(UA), pouco ou quase não se ouve falar. O que se passa com a organização dos países africanos? O que se passa com os países que lutaram para à Liberdade dos seus Povos? Países que prometem aos cidadãos através da Constituição, liberdade de opinião, de expressão e de escolha. Ninguém condena as atrocidades do regime de Kadhafi?! Onde estão os homens que defendem os Direitos Humanos em África? Está límpido como água, que o os povos maghrebinos estão fartos desses ditadores que perfilam há décadas no poder nos respetivos países. Está claro como dia, que os árabes já não estão dispostos a viver mais, sob regimes totalitários e opressores como do Kadhafi e outros.

E é elementar, caro Kadhafi, que à UA está com medo do senhor. Que os presidentes duma África ainda amordaçada, têm pavor que a força do Povo erga, como está acontecer nos países da UMA. E seria bom que os ditadores todos começassem a zarpar para às arábias.

Já agora, uma alerta ao regime angolano: o melhor nestas alturas é falar pouco. Ou se possível mesmo, não falar. Pois atitudes ou reações como as que estão a ser produzidas por alguns membros do MPLA, em ameaçar o povo, com palavras como “vão apanhar” ou “não vamos permitir” só agravam a situação e aumenta a revolta do Povo Sofredor. E o povo angolano é um povo que sofre, e é oprimido a olho nu há décadas, por um regime totalitário camuflado de democrático. O vento da Mudança e da Liberdade vai chegar à Angola, mais cedo ou menos tarde, do que muitos pensam.