Raimundo Pereira e Carlos Gomes Jr.
Fonte:
EFE
O presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, e o
primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior foram libertados nesta sexta-feira (27),
segundo anunciou aos meios de comunicação o porta-voz da junta militar no
poder, o coronel Daba Na Walna.
Pereira e Gomes, detidos após o golpe de estado do dia 12 de
abril, foram postos em liberdade após a viagem à Bissau de uma delegação
militar da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A missão da CEDEAO, integrada pelos chefes de Estado-Maior
das Forças Armadas da Nigéria, Costa do Marfim e Senegal, mantiveram uma
reunião com o alto comando militar guineense liderado pelo tenente-general António
Indjai.
Após sua libertação, pouco antes das 18h (15h de Brasília),
Pereira e Gomes deixaram Bissau com destino a Abidjan, no mesmo voo que a
delegação militar da CEDEAO. Daba Na Walna anunciou também a formação de um
governo de transição de um ano, passo prévio para a convocação de eleições
presidenciais e legislativas.
O anúncio da libertação de Pereira e Gomes despertou
manifestações de alegria por parte dos seguidores e simpatizantes do
ex-governante do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC). Em vários bairros periféricos de Bissau, grupos de jovens
saíram às ruas após receber a notícia da libertação de ambos dirigentes. Os
líderes da CEDEAO, reunidos na quinta-feira em uma cúpula extraordinária em
Abidjan tinham dado um ultimato de 72 horas à junta para restabelecer a
legalidade constitucional na Guiné-Bissau.
A cúpula decidiu também o
desdobramento de uma força de 600 soldados em Guiné-Bissau para garantir a
segurança das instituições e dos responsáveis pela transição.
O golpe de estado aconteceu no último dia 12 enquanto o país
- um dos mais pobres do mundo - estava em pleno processo para realizar o
segundo turno de suas eleições presidenciais, fixadas para o próximo dia 29 de
abril.
Odidja-notando
CEDEAO – 2
CPLP – 0