quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Hoje Bissau acordou mais triste...

Mana N'butcha

Por: Karina Gomes

Hoje Bissau acordou mais triste com o desaparecimento físico de uma das suas figuras sociais mais ilustres, a Mana N'butcha.
Sua partida prematura deixou-nos um vazio enorme e uma tristeza profunda, mas não podia deixar de a recordar aqui por motivos alegres e nobres.
Nbutcha, uma figura que conheci desde sempre, amiga das minhas tias, dos meus pais, amiga de toda a gente, sempre bem disposta, batalhadora, empreendedora como é de praxe na nossa comunidade feminina guineense, uma mulher 'grande' pela sua generosidade, pelo seu carisma, pela sua forma de encarar os problemas da vida, com graça e coragem.
No seu humilde cantinho sempre havia mais um prato de comida para quem queria degustar os manjares que preparava.
Eu cresci a ouvir falar dos 'Mininus di Nbutcha' ou seja, os filhos da Nbutcha. Nbu, como muitos a chamavam era uma mulher que apesar de não ter dado a luz a nenhum filho, ajudou a criar dezenas de crianças que os pais deixavam sob seus cuidados.
Estes 'mininus' - hoje homens e mulheres bem educados e orientados - , a Nbu soube amar e disciplinar. Por mais que escreva sobre a Nbu, sempre irão faltar adjetivos que a descrevam. Nesta 
minha humilde página que partilho com o mundo, deixo a minha singela homenagem a uma mulher que me me inspirou a vida toda.
Até Sempre Nbu!

Certamente uma grande Mulher!
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Today Bissau ‘woke up’ sadder with the death of one of its most distinguished social figures, Mana N'butcha.
Her premature departure has left us a huge emptiness and a deep sadness, but I remember her for happy and noble motives.
Nbutcha, a figure that I early met, friend of my aunts, my parents, friend of everybody, always glad, hardworking, enterprising as usual in our Guinean female community, a 'great' woman for her generosity, charisma, for the way she used to face troubles with grace and courage.
In his humble ‘home’ there was always one more plate of food for those who wanted to taste the dishes she prepared.
I grew up hearing about 'Mininus di Nbutcha' , the children of Nbutcha. Nbu, as many people called her, was a woman who despite she did not gave birth, she raised dozens of children.
These 'mininus' - today, well-educated men and women - was loved and disciplined by Nbu…. Even if I write dozens of pages, I will never find enough adjectives to describe Nbu.
In this humble page that I share with the world, I will let my modest tribute to a woman who inspired me me all my life. RIP Nbu!
Certainly a great woman!

Ordidjanotando

Não pude deixar de publicar este brilhante texto da Karina Gomes sobre a mana N’butcha. 

Os sopros da tristeza chegaram sem pedir licença, solfou-nos duas vidas que são perdas irreparáveis em Bissau. Na maior parte das vezes, quando sacudido com tal bravura emocional, a comoção toma asas, fujo num canto e, choro. Choro porque os humanos também choram.   
Henrique Pires

Guardarei do  Henrique Pires (Kiki), um anfitrião admirável,  tanto no Hotel 24 de Setembro, quanto na estância de Bula, onde exibia a classe do bom jogador de bilhar. Foi um técnico de turismo respeitado entre os pares.  

Tanto o Henrique quanto à mana N’butcha, não eram apenas conhecidos, eram mais do que isso, eram man@s-velh@s, eram amig@s e eram sobretudo parentes na guineensidade.

Descansem em paz...

Sentidos pêsames às Famílias enlutadas.