Estudantes guineenses e africanos da Universidade de Mato Grosso(Foto: G1)
Fonte: G1
Entidade prefere que investigações sejam conduzidas por órgãos federais. OAB-MT se comprometeu de acompanhar o caso.
O Grupo União de Consciência Negra de Mato Grosso acredita na hipótese de que a morte do estudante africano, Toni Bernardo da Silva, que foi espancado por dois policiais e pelo filho de um delegado aposentado, seja mais um caso de racismo. Além disso, avaliam que as investigações deveriam ser feitas por órgãos federais.
Para a presidente do grupo, Daniela Rodrigues de Oliveira, o caso deve ganhar uma repercussão internacional. “Se nós conseguirmos passar a competência do caso do nível estadual para o federal iniciaremos um precedente histórico em Mato Grosso”, frisou.
A ordem dos advogados também vai acompanhar as investigações do assassinato do estudante Toni Bernardo. De acordo com presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Betsey Miranda, são constantes as denúncias de agressões que envolvem policiais. “O agente agressor era quem deveria dar segurança policial. Infelizmente esta situação tem sido repercutida nacionalmente e até mesmo fora do país”, pontuou.
A corregedoria da polícia militar abriu procedimento administrativo para apurar a conduta dos acusados pela morte do estudante. O advogado dos policiais , Leonardo Moro, afirmou que eles só imobilizaram a vítima e as agressões partiram de outras pessoas que estavam no restaurante.
Homicídios contra negros
Conforme o Mapa da Violência no Brasil, divulgado neste ano pelo Ministério da Justiça neste ano, em 2002 morreram proporcionalmente 58% a mais de jovens negros do que brancos por causa de homicídios. No ano de 2008, o registro de vítimas negras foi de 134 vezes superior que pessoas brancas.