quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

IIIª Parte da Grande Entrevista com Celina Spencer

        Carlos Fernades(ex-PR) e Celina T. Spencer(PR)

O – E quais os mecanismos que faltam ser imprimidas à partir da Guiné-Bissau, para que o papel da diáspora seja cada vez consolidada.   

C.S. – O Governo deve promover as práticas transnacionais, tanto no aspecto económico, como político. Há que reconhecer e aceitar o direito dos imigrantes de participarem nos actos eleitoras. Os eleitores residentes no estrangeiro devem ser registados oficialmente, para que haja legalidade no processo.   Deve-se recapitular os direitos e deveres dos emigrantes na nossa Constituição. 

Os emigrantes poderiam desempenhar um papel decisivo na reconstrução e desenvolvimento do país, mas para isso, o Governo terá que preencher esses requisitos que mencionei, para que a diáspora acredite na franca abertura dos governantes e sinta a necessidade de participar. Perde-se muito tempo em burocracias, e falta uma política de emigração bem definida e formas de incentivar, os guineenses que vivem fora do país. Isso faz com que, muitos investidores desistam, procurando arenas mais fáceis, para investir. O Governo tem por obrigação, destacar mecanismos de proteção legal e institucional em prol da defesa do emigrante e da sua integração.

O - Qual o olhar que tem, sobre a situação que se vive no seu país?

C.S. - Vejo à Guiné-Bissau perante um dilema do descalabro político. Há uma falha na prevenção das boas práticas, que são fundamentais para uma boa gestão da coisa pública e governação. Os políticos já não têm força, estão acabados, diria mesmo mortificados, parecem não constituir alternativa para os governantes. Parecem não ter uma solução para as dificuldades que o Povo guineense tem pela frente.  A Guiné neste momento, tem dois inimigos fatais, os quais devem ser temidos: o lixo e as epidemias.   Há bairros aonde as pessoas dormem próximo do lixo ou da lixeira. Muitas crianças aí encontram os seus brinquedos e forma de queimar o seu tempo. 

Temos problemas com a energia eléctrica, e as redes de água potável estão enferrujadas com tantos anos sem serem reconstruídas, os esgotos estão entupidos, e isso poderá também constituir problemas. Não se fez até então a re-urbanização dos bairros, as construções estão desordenadas,  existem casas a serem construídas umas coladas às outras, sem delineamento,  nem plano urbanístico. Existe a necessidade de se impor a ordem e de fazer valer a lei. Estamos numa fase crucial na Guiné e à Mudança, não pode esperar por muito mais tempo, porque o país e o povo não poderão sobreviver! 

A Guiné está a ser invadida diariamente por diversos comerciantes de países vizinhos e não só, que se aproveitam do momento e da situação, para se instalarem e enriquecerem-se à custa da miséria da população da destabilização do país e falta do controle económico/fiscal.

O – Quais as mudanças fundamentais que devem ser efetuadas na Guiné, para que tenhamos um futuro promissor?

C.S. - Falta reconquistar a nossa identidade, e reimprimir os valores nos projectos presentes e, no futuro. Fazer valer a segurança e defesa do país e expressar a nossa síntese cultural. É preciso uma legislação que regulamente eficazmente as normas financeiras nacionais. Deve-se pôr termo ao ciclo vicioso gerado pelas diferentes crises, tais como: golpes, guerras, narcotráfico e assassinatos. Sem isso, não teremos o fortalecimento social e económico. Os órgãos de comunicação poderiam emitir mais programas educativos e formular estratégias de comunicação efectivas que visem uma mudança de comportamento. 

O nosso governo está fragilizado e moribundo! Um país só pode oferecer protecção à população, promovendo paz e segurança, e através da sua coesão e de um apoio massivo das comunidades e das pessoas. Infelizmente à Guiné está longe dessa realidade! As Instituições legais ou judiciais, as de prestação de serviços nas áreas de saúde e educação devem ser fortalecidas, para que se altere a situação caótica em que o nosso país se encontra mergulhado.  Já é altura dos nossos políticos amadurecerem e despirem a capa do egoísmo, e olharem para o país, e preencher a lacuna entre promessas e realidade. Já chegou a hora para à Mudança!  

Nota Ordidja

Dividido em três partes conseguimos trazer ao leitor a nossa última grande entrevista. Desta vez escolhemos uma guineense na diáspora e uma mulher de “armas”. Celina Tavares Spencer, vive há vários anos nos Estados Unidos de América. Mãe, trabalhadora incansável (dois empregos), lutadora pela causa duma melhor integração dos filhos da Guiné nos EUA, foi recentemente eleita presidente da Associação de Imigrantes guineenses (GBCA-USA) naquele país.

Foi para Ordidja gratificante a total abertura e pronta disponibilidade manifestada desde o nosso primeiro contacto, com a nossa entrevistada. E para matar alguma curiosidade, revelamos que esta entrevista foi realizada graças a nova tecnologia. Enviamos as questões propostas para a entrevista via Internet (correio electrónico) e depois de alguns dias e como ela mesmo nos escreveu num dos mails “desdobrando-se em três” foram-nos enviadas as respostas.

Resta-nos apenas agradecer do fundo do coração, a Celina Spencer, por ter aceite o nosso convite. Gostaríamos entretanto de manifestar a nossa admiração e deseja-la sucessos nesta árdua tarefa de presidir uma Associação com ambição, e que tenha grandes vitórias na nobre missão de lutar para uma maior e  mais justa integração dos guineenses nos EUA. Que tudo seja coroado de êxitos, e daqui a três anos, quem sabe numa próxima entrevista, seja precisamente para retratar esses factos! Bem-haja!        

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Finalmente!!!

                Camisolas a venda no: www.zazzle.com.br

Fonte: ANGOP
Conselho de Estado felicita Governo

Bissau - A primeira reunião do Conselho de Estado da Guiné-Bissau convocada hoje (terça-feira) pelo Presidente, Malam Bacai Sanhá, serviu para felicitar o Governo pelo rigor nas contas públicas, disse Francisco Benante, porta-voz daquele órgão consultivo do chefe de Estado guineense.  
Segundo Francisco Benante, antigo presidente do parlamento, a reunião serviu também para o Presidente transmitir ao Governo "as preocupações da população" nomeadamente falta de estradas, escolas, electricidade, água e outros bens essenciais.   

Malam Bacai Sanhá iniciou esta semana a sua primeira presidência aberta, através da qual pretende contactar directamente as populações com o objectivo de se inteirar da sua realidade.   
O Conselho de Estado, que durou pouco mais de duas horas, serviu também para os conselheiros felicitarem "o bom desempenho e o rigor do Governo" no controlo das Finanças Públicas, factor que foi determinante para o perdão da dívida externa do país, notou Francisco Benante.  

A Guiné-Bissau viu recentemente perdoada cerca de 80 porcento da sua dívida externa pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM), avaliada em 1,2 mil milhões de dólares (911,37 milhões de euros).   
Além da nota de felicitação, o Conselho de Estado encorajou o Executivo liderado por Carlos Gomes Júnior a prosseguir com o rigor nas Finanças Públicas como forma de atender às necessidades das populações.   

Os conselheiros do Estado guineense pediram tanto à Presidência da República como ao Governo para desencadearem "uma diplomacia ofensiva" no sentido de atrair investimentos para o país, tendo como premissa o perdão da dívida externa.   A reunião serviu ainda para o Presidente guineense apresentar os novos membros do Conselho de Estado.

Opinião

Finalmente, um Conselho de Estado. Finalmente, novos membros do Conselho de Estado sentirem a utilidade das suas funções. Finalmente, um espaço de concertação e um encontro positivo. Finalmente, uma notícia encorajadora e pedagógico da Guiné-Bissau. 
Finalmente, um elogio do PR sobre o desempenho do PM. Finalmente, a Presidência reconhece algo de bom do Governo. 

Finalmente, uma presidência aberta do PR, contactando com a realidade da população. Finalmente, não estão em viagens no exterior os nossos governantes. Finalmente, os eleitores sentem que existe uma preocupação dos governantes em relação as tremendas dificuldades que enfrentam. Finalmente, etc, etc, etc…Finalmente, a questão que guardo há muito tempo vai sair! E não é sobre usar estas camisolas, não! A questão é?

Porquê só agora? 
Porquê todos esses finalmentes, praticamente um ano depois?
      

domingo, 26 de dezembro de 2010

IIª Parte Grande Entrevista com Celina Spencer

                   Celina Tavares Spencer


O – Com base na crítica que fez a anterior direção, prometeu um “Plano Mestre de Ação” para poder dinamizar e dar maior visibilidade à Associação, já está pronta esse plano?

C. S. - Sim,  já temos, o plano elaborado. Após a festa do Ano Novo que contamos realizar com a nossa comunidade e contamos ter connosco o artista Américo Gomes(por confirmar), começaremos a criar relações com outras organizações e entidades que poderão ajudar na elevação da nossa organização. 

No dia 22 de Janeiro, serão convidadas figuras representativas de outras organizações e demais entidades para o empossamento da direcção. Pretendemos antes da data do empossamento, fazer um debate no dia 20 de Janeiro, com um tema relacionado com o nosso líder "Amílcar Cabral", convidando figuras históricas e política da Guiné-Bissau e Cabo Verde, e pretendemos que seja realizado em Washington.

Manter relações estreitas com as outras organizações não governamentais nos Estados Unidos, mas principalmente nos PALOPs, criar uma representação junto às outras organizações guineenses nos outros países e na Guiné-Bissau. Criar uma website para todos os efeitos, conseguir uma Sede, para guineenses no Estado de Rhode Island e Nova York, lutar para a legalização ou pelo menos a obtenção de uma autorização de trabalho dos não legalizados, criar grupos culturais e gastronómicos, participar nas paradas do Luís de Camões, com a comunidade dos falantes do português, uma parada que se tornou um dos maiores eventos dos PALOPs em New Jersey e Massachussets.

Há uma necessidade de inclusão e integração comunitária, da nossa comunidade porque será através destas práticas relacionais, entre as Diásporas é que poderemos desenvolver mais ações. Finalmente pretendemos fazer uma adopção duma Tabanca na Guiné-Bissau.

O – No texto da sua apresentação “Razão Da Minha Candidatura!” debruça muito no papel de mulher e mãe, e na luta pela defesa dos seus filhos, enquanto Mulher, qual é a sua opinião em relação a questão do género no associativismo e na política guineense?

C.S. – A mulher para além do seu papel no trabalho doméstico, e de educadora, pode desempenhar trabalhos voluntários em qualquer comunidade, aonde esteja integrada. Essa experiência de administradora do lar, organizadora dentro da sua própria família, e na comunidade, transformou a mulher no vetor chave do desenvolvimento comunitário. Fazendo com que essas ações se objectivem para minimizar as dificuldades numa comunidade, acreditamos que isso vai permitir um ambiente mais saudável e prometedor nas sociedades onde estamos inseridos.

O associativismo como perspectiva democrática, permitiu as mulheres incorporar na vida política os valores praticados na família e na comunidade, tais como a tolerância, a perseverança, a disciplina,  valores esses que vai contribuindo em algumas mudanças. Somos as dinamizadoras do sistema de valores, para a disseminação de atitudes de tolerância e para a aceitação do princípio da igualdade de género.  Esse espírito maternal e os valores acima mencionados, poderão jogar um papel bastante importante na "União para a Mudança" que nós os guineenses, tanto necessitamos neste momento histórico da nossa sociedade em que se denota o puro egoísmo.

O – Qual vai ser a relação com as representações oficiais do país nos EUA?  

C.S – Criar e promover um relacionamento mais próximo, saudável e comunicativo, com as representações oficiais guineenses, como agentes do Estado, para que a nossa comunidade nos Estados Unidos se integre melhor na vida institucional, económica e politica deste País.  Há uma necessidade também de estreitar-mos as nossas relações, com as representações oficiais deste país que nos acolheu para sensibiliza-los para uma maior atenção para os diversos problemas no seio dos imigrantes guineenses, sobretudo na defesa e protecção dos cidadãos em casos mais complicados por exemplo: com relação a alguns aprisionamentos ou mesmo deportações.

Mas é fundamental que, as representações oficiais do nosso país de origem tentem aproximar mais da nossa comunidade, pois até hoje, não tem acontecido essa aproximação.

O – Em traços gerais, qual deve ser, para si o papel da Diáspora guineense nos EUA com relação à pátria?

C.S - A Diáspora guineense nos Estados Unidos da América deve envolver-se em actividades de remessas financeiras directas (através das transferências) e indirectas, para a Guiné-Bissau tais como: criando pontes para investimentos directos de capitais norte-americanos, promover iniciativas com apresentação de oportunidade de negócios oferecidas pela nossa terra criação de projectos para o desenvolvimento no nosso país. Pode-se ir aindamais longe por exemplo: criar empresas de promoção imobiliária, fundos de investimento em turismo, para ajudar no equilíbrio da economia e diminuir o défice da balança de transacções.

Os emigrantes guineenses, não devem ficar alheios a política no  nosso país. Há uma necessidade urgente de estruturar a integração dos emigrantes no sistema e vida político, faze-los participar nas eleições legislativas e presidenciais.
Devemos ser incentivados a participar nos órgãos da comunicação social, promovendo debates e entrevistas uma vez que, com a nova tecnologia à distância foi superada. 

Deve-se-nos (diáspora) reservar um espaço de participação nas organizações da sociedade civil. Os mecanismos informais de regulação social  triangular - Guiné-Bissau/Diplomatas/Diáspora - nos Estados Unidos de América não existe e isso reflecte na dispersão, e guetização de muitos guineenses.  

Grande Entrevista com Celina Spencer




Grande Entrevista com Celina Spencer

Iª Parte

O – Nasceu na Guiné, hoje vive nos Estados Unidos de América, gostaríamos de saber um pouco mais das recordações que retém desse seu percurso?

C. S – Os meus percursos foram demasiados e em cada um deles fui almejando uma gota de um Amor infinito `a minha terra, e a esperança de um retorno final, para reencontrar a essência da minha vida. Falando do percurso para a América, aonde fui prestando contas `a minha cultura, vivenciando experiências de estranhamento, sentindo-me muitas vezes um ser em trânsito, tropeçando com deslumbramentos e decepções, mas sempre mantendo uma identidade própria, mesmo na adaptação e compreensão das diferenças e igualdades das culturas, fui-me enquadrando, adoptando ao princípio da subsidiariedade.
As previas experiências imigratórias estandardizaram os desafios deparados, entendendo muito cedo que o domínio da língua era o essencial para atingir as metas traçadas Ainda ilegal, decidi aprender o Inglês utilizando um método próprio, de memorizar 10 palavras cada dia e ao atingir 500 palavras, das mais correntes para conversação diária, comecei a sair, comunicar, sem me importar com possíveis erros, porque o meu objectivo era improvisa-la.
Sem possibilidades para exercer as minhas funções profissionais de psicóloga, devida a ilegalidade e a barreira linguística, decidi trabalhar no Dunkin Donuts (venda de cafe) e fábrica de correntes. De um trabalho para outro, fui mantendo os meus três filhos em Portugal, ao mesmo tempo que respondia com as minhas despesas locais. Dois anos se passaram, obtive a residência americana e, com um fôlego profundo, enchi o balão para voar e nesse trajecto tirei o curso de Inglês avançado.
Mandei fazer o reconhecimento do meu diploma, pedindo equivalência, fui-me especializando em diversos ramos ligados `a Psicologia, fui ganhando experiência Professional, em diversas organizações por exemplo no "Center for Women and Families”, um centro de aconselhamento para famílias e indivíduos com problemas de violência domestica e assaltos sexuais, trabalhei nos Hospitais, para posteriormente, direccionar todo um esforço e dedicação no programa de famílias desprotegidas.

O – Do que guarda de mais gratificante o facto de ter nascida guineense? Já agora tem uma data especial um acontecimento especial que queira partilhar?

C.S – A Humildade e a Ética relacional. A Guiné proporcionou-me a possibilidade de percepcionar, diferenciar e adoptar valores tais como o amor na diversidade, contrariando a exclusão, a partirização e o autoritarismo. O mais gratificante mesmo foi, à aprendizagem do modelo no exemplo de vida de liderança, que era capaz de romper com ciclos viciosos, e depois há, a solidariedade típica guineense, e na nossa terra contávamos com segurança, havia a transparência, a força e coragem, misturada com dignidade, honestidade e paciência.
O acontecimento mais lindo e positivo que apreciei na Guiné foi, a entrada do PAIGC, em 1974, à nossa capital, Bissau. O povo jubilando a sua alegria, com danças ao som dos tambores, os jipes dos militares guineenses decorando as ruas, com as suas bandeiras flutuando,foi o espectáculo e o dia mais marcante que guardo, da minha terra e do meu povo.

O – Se tivesse que escolher três palavras, para exprimir a sua forma de sentir os momentos: menos(-) e mais(+) felizes do seu país Guiné-Bissau, quais escolheria?

C.S. – Decepção, Preocupação e Saudade;
1º Decepção - devido ao que tem estado a acontecer sucessivamente e o estado em que se encontra o nosso País e Povo, numa autêntica calamidade de sucessivas crises e a péssima governação.
2º Preocupação – pelo futuro da nossa Guiné, a nossa identidade e os nossos destinos.
3º Saudade – da minha terra, do meu povo, dos meus familiares, dos amigos e conhecidos que lá deixei, mas sobretudo, da nossa excelente gastronomia.
 
O – Com o slogan “Celina Presidente” consegue apresentar uma campanha eleitoral inovadora em relação aos movimentos associativos da Diáspora guineense, utilizando o massificado, Novas Tecnologias de Informação (NTI), sobretudo às “redes sociais” consegue mais de três mil membros, como foi montado essa estratégia?
 
C. S. - Tendo em conta que uns dos passatempos hoje é a Net, e a Facebook uma das redes mais utilizada para a reunificação de amigos e familiares, decidimos com a minha equipa, abrir a página da Celina Presidente. Numa primeira fase, foi numa tentativa de descobrir os guineenses espalhados pela América fora, e fazem parte deste evento. Uma página aberta, para este tipo de situação, é a mais adequada, e ai foram chegando solicitações. Numa semana, conseguimos descobrir que realmente, existem muito mais guineenses, do que pensávamos e a viver em muitos mais Estados, do que jamais tínhamos imaginado! Foi assim que, pela primeira vez, conseguimos localiza-los e engaja-los neste processo eleitoral.

O – Como vai ser esta “União para a Mudança” ou como por vezes também intitulado “ Unir para a Mudança” que é o lema de apresentação da sua proposta enquanto candidata?

C. S. – Pretendemos dividir os Estados Unidos, em cinco regiões, e em cada região teremos o seu Director Regional, que por sua vez, elegerá um coordenador em cada cidade aonde estejam guineenses residindo. O Director regional reunir-se-á com o seu elenco e membros da região uma vez por mês; enquanto a Direcção-Executiva reunir-se-á com os Directores Regionais trimestralmente para o balanço das actividades e do programa em geral.
Abrir-se-á uma Web-page, aonde as informações estarão expostas. Uma vez por ano, haverá a grande festa da reunificação, aonde poderão participar todos os guineenses, residentes nos diversos Estados. Incentivar os mais jovens na participação das actividades da comunidade. Existe a necessidade de promover uma ligação entre os imigrantes mais antigos com os recém-chegados, para que a homogeneidade subsista, e se ponha um termo `a estratificidade, salvaguardando a nossa identidade.

O – Considera que falta alguma “união” na comunidade guineense nos EUA?

C.S. – Devido a situação geográfica dos Estados dentro dos Estados Unidos, os guineenses, encontram-se distanciados. Não houve uma imigração centralizada, como acontece com muitas nacionalidades, que se aglomeram num Estado. Nós estamos espalhados nos diversos Estados. Para além disso, com a falta de experiência imigratória, considero que o guineense vai perdendo um pouco a sua sensibilidade patriótica no processo da adaptação.
As pessoas embrenhadas no seu dia-a-dia, numa luta constante, contra o tempo, tornam-se limitadas para se dedicarem à comunidade. Os horários dos trabalhos muitas das vezes não ajudam nos encontros necessários para implantarmos a nossa guiniendade, porque na América, os horários de trabalho rodam consoante as 24 horas do dia, com os turnos, isso vezes os sete dias por semana. Ainda por cima, muitos trabalham nos fins-de-semana, isso tudo juntado ao escassez do tempo, não se tem conseguido proporcionar actividades de convivência, que são formas fundamentais e necessárias para a implementarmos uma União.
No entanto, trabalhando coordenadamente, e com a obtenção de uma Sede, esperemos que a nossa comunidade poderá juntar-se com mais assiduidade, aproveitando os seus tempos livres, para algumas actividades com a comunidade, e para a comunidade. Contamos com algum estímulo, pouco a pouco, conseguiremos atingir os nossos objectivos.
Com a criação da nossa Web-page isso também poderá contribuir para uma activação de alguns guineenses solitários pela distância, e isso viu-se e deu resultados positivos, durante a minha campanha.

O – Quais vão ser as linhas mestras do seu projeto enquanto presidente da Associação dos Imigrantes Guineenses nos Estados Unidos, que como se constatou durante o período eleitoral, ainda nem está legalizada?

C.S. - A Associação esta legalizada apenas no Estado de Rhode Island. O que pretendemos no nosso mandato é regista-la a nível nacional, para que, legalmente possamos representar todos os guineenses em todos os Estados. Torna-la numa organização, não governamental para o desenvolvimento como várias outras que existem. Pretendemos desde já fazer um recenseamento dos guineenses, nos Estados Unidos. Criar relações com o país, e trabalhar conjuntamente com a Direcção-Geral da Emigração e Serviços Consulares integrado no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guine, com o objectivo de criar um elo entre a nossa organização e os organismos estatais e os serviços públicos e privados para mantermo-nos ligados à Guiné.

Nota Ordidja
Não perca as considerações finais e a segunda e a terceira parte desta grande entrevista realizada pela Ordidja com a Celina Spencer a Presidente da Associação da Comunidade da Guiné-Bissau nos EUA, nos posts seguintes.

sábado, 25 de dezembro de 2010

"Estejamos atentos ao nosso próximo"

Fonte: Rádio Renascença

Consciente das dificuldades com que muitos portugueses vivem este ano o Natal, D. José Policarpo recordou, no entanto que a pobreza não impede a verdadeira alegria e lançou um apelo à solidariedade.

"Estejamos atentos ao nosso próximo, que pode ser o nosso vizinho; façamos do seu sofrimento a nossa causa", defendeu o Cardeal Patriarca de Lisboa, na sua habitual mensagem de Natal. D. José Policarpo deu o exemplo da sagrada família de Belém e das dificuldades que teve de enfrentar há dois mil anos.
“Eu sei que, para muitos portugueses e para muitas famílias, este não será um Natal fácil, será tanto mais exigente quanto a alegria da festa esteja ligada ao bem estar material, mas também em Belém, há dois mil anos, a alegria daquele nascimento não foi impedido pela pobreza da gruta, último recurso de um casal deslocado para quem não havia lugar nas hospedarias da cidade”.
“Eles viveram e exprimiram aquilo que mais tarde seria a mensagem de Jesus. A pobreza não impede necessariamente a alegria”, sublinhou D. José Policarpo.

Para o Cardeal Patriarca, a crise económico-financeira não se resolve apenas com soluções técnicas ou políticas. Em momentos de dificuldade como o que vivemos, é preciso ir mais a fundo.

“Em momentos de especiais dificuldades como o que atravessamos, as crises não encontrarão verdadeira solução se não pusermos o acento no Portugal cultural, na verdadeira identidade espiritual do nosso povo, caldeada ao longo de séculos por valores que constituem a verdadeira alma de Portugal. É pois o momento de avançarmos com coragem e determinação esta nossa identidade espiritual e cultural, de modo a que nenhuma crise ou sofrimento as ponha em questão”, advoga D. José Policarpo.
Valores constitutivos da identidade e cultura portuguesas são, para o Patriarca de Lisboa, a solidariedade, a família e a tradicional devoção em rezar a Deus e a Nossa Senhora.

                   Foto:  World Press Photo

Opinião

O combate a Pobreza tornou-se, a grande Missão do Homem neste milénio. O Direito do outro enquanto ser humano, nosso semelhante, viver com o mínimo de Dignidade, é a batalha para todos os que olham no próximo, a sua própria imagem.

Desenvolver, fomentar e promover, inventar todo o tipo de ações, que procuram minimizar os males da Pobreza, tem sido o grande desafio dos homens que acreditam num próximo futuro, onde prevalecerá a Fraternidade, Solidariedade e Igualdade.

O exemplo de Vida único, mostrado ao mundo pelo Jesus Cristo, com uma exigência simples, “amar ao próximo como ama-mos a nós mesmos” fazem depender do Homem o melhor para todos, sem excepção da “raça”, credo, sexo ou origem. Se nos juntarmos, unirmo-nos e harmonizarmos os esforços, expulsaremos alegremente a crueldade da Pobreza, na Vida de muitos Homens em Portugal, na Guiné-Bissau ou mesmo no Mundo.    

Aqui estou, com aquelas palavras abstractas, consideradas por muitos vazias. Por estas e por outras, aceito aquele tipo de crítica, sobretudo aquela bem tirada, do género “lá está…o jornalista peneirento, lesto nos princípios e valores, com mil formulas de boa convivência.” Aceito esta e outras críticas, e por isso, vou até fazer mais uma questão:

É ou não, extrema violência, essa Pobreza humilhante em que vivem, maior parte dos filhos da Guiné?
  
 E será que o mundo precisa de um Mandamento Mundial para à Paz e Amor, para reconhecer a larga escala da Pobreza de muitos?
        
Posto isto, reafirmo que depois de escutar e ler, no site da Rádio Renascença  www.rr.pt  às mensagens do Natal deste ano, do D. José Policarpo, a figura de proa da igreja católica portuguesa, sublinhando “partilhemos generosamente o que temos para quem tem menos do que nós…” acredito que o percurso para uma verdadeira partilha entre todos os humanos, dum novo bem estar social, precisa de muitos natais, embora este  que celebramos hoje vai reactualizando  o necessário processo de lutarmos pela, Liberdade Dignidade e Justiça. Termos consciência de que temos em comum  muito trabalho pela frente, para tranformar essa realidade, é já meio caminho andado!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

Origem do Natal

A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo Papa Júlio Iº, para o nascimento de Jesus Cristo como uma forma de atrair o interesse da população. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção. Conta a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria a luz a Jesus, o filho de Deus. Na véspera do nascimento, o casal viajou de Nazaré para Belém, chegando na noite de Natal. Como não encontraram lugar para dormir, eles tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado numa manjedoura.
 
Pastores que estavam próximos com os seus rebanhos foram avisados pelo anjo Gabriel e  foram visitar o bebe. Os três reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar, que viajavam seguindo a estrela guia, encontraram o lugar e ofereceram presentes ao menino: ouro, mirra e incenso. No retorno, espalharam a notícia de que havia nascido o filho de Deus.

Na origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm da distante Idade Média, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do Deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno Inverno do Hemisfério Norte. A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, foi introduzida em Roma no último século antes de Cristo, tornando-se uma das religiões mais populares do Império. 

A festa de Natal é universal, abrangente, calorosa ­ e envolve a todos. É para muitos uma das mais coloridas celebrações da humanidade, é a maior festa da cristandade e da civilização surgida do cristianismo no Ocidente

Simbolismo

Árvore – Representa a vida renovada, o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes, cheias de vida. Essa tradição surgiu na Alemanha, no século  XVI. As famílias germânicas enfeitavam suas árvores com papel colorido, frutas e doces. Somente no século XIX, com a vinda dos imigrantes à América, é que o costume espalhou-se pelo mundo.
 
Presentes – Simbolizam as ofertas dos três reis magos. Hábito anterior ao nascimento de Cristo. Os romanos celebravam a Saturnália no dia 17 de dezembro com troca de presentes. O Ano Novo romano tinha distribuição de mimos para crianças pobres. 

Velas – Representam a boa vontade. No passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam receptivos.
 
Estrela – No topo do pinheiro, representa a esperança dos reis-magos em encontrar o filho de Deus. A estrela guia os orientou até o estábulo onde nasceu Jesus.

Cartões – Surgiram na Inglaterra em 1843, criados por John C. Horsley que o deu a Henry Cole, amigo que sugeriu fazer cartas rápidas para felicitar conjuntamente os familiares. 

Comidas típicas – O simbolismo que o alimento tem na mesa vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus.  Por cá vai ser o tradicional bacalhau e peru.

Presépio – Reproduz o nascimento de Jesus. O primeiro a armar um presépio foi São Francisco do Assis, em 1223. As ordens religiosas se incumbiram de divulgar o presépio, a aristocracia investiu em montagens grandiosas e o povo assumiu a tarefa de continuar com o ritual.

FELIZ NATAL caro leitor!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A consciencialização numa sociedade capitalista

                                                   Alfa Djaló


Opinião: Alfa Djaló
 
A consciencialização dentro de sociedade capitalista é um assunto que tem feito muitos estudiosos realçarem, a sua importância relativamente a necessidade de se procurar fazer com que possamos viver as suas grandes virtudes.

Um ser vivente numa comunidade, deve concentrar os seus esforços no desenvolvimento das relações sólidas dentro desse espaço geográfico, para que essa mesma comunidade possa usufruir ou andar a mesma velocidade para todos os membros. É sabido que uma das problemáticas que tem caracterizado as sociedades, é o facto de estes funcionarem a várias velocidades, em que alguns têm que depender dos outros para que possam realizar as suas necessidades e muitas das vezes, essas necessidades são básicas e elementares.

Caro irmãos, já chega de humilharmo-nos perante outros povos, já chega de confrontos deprimentes em que, só vemos difamação, denegrição de imagem na praça pública, o factor humano deve ser o elemento congregador dentro da sociedade guineense, levando-nos a respeitar a identidade humana e valorizando a nossa cultura.

Quando faço apelo a consciencialização, estou a exortar todos para que tenham como elemento agregador o factor Humano como forma de trabalhar em grupo, para que possamos fazer com que aqueles que não tem condições de aceder aos recursos disponíveis, possam usufruir dos mesmos tendo em conta o futuro da nossa sociedade (Guiné-Bissau). O nosso país tem que viver os ideais pelos quais o meu pai lutou junto de outros em prol de bem comum (Guiné-Bissau).

As perdas de vidas humanas que tem sucedido, tem que ter algum significado para todos, visto que hoje estamos em plena faculdade das nossas acções, devido aos tais sacrifícios que alguns tiveram que fazer, dando o corpo ao manifesto, sem pensarem em benefício próprio e sem procurarem ganhar notoriedade com o sacrifício que fizeram.

Desta forma, só a verdadeira consciencialização vai permitir que possamos viver dentro uma comunidade sem que atropelemo-nos e buscando sempre momentos de união e de partilha, valorizando a nossa diversidade cultural, que como sabemos, é uma diversidade impar. Uma comunidade necessita de todos os membros para que possa funcionar com todos os seus motores, independentemente da capacidade que cada motor tem.

Leonardo DiCaprio vs Guiné-Bissau

    www.soschildrensvillages.org.uk
 
Fonte: Diário Digital / Lusa

Forbes: Leonardo DiCaprio foi o ator mais lucrativo de 2010

O ator norte-americano Leonardo DiCaprio foi considerado o ator que mais lucros rendeu este ano, por participar nos filmes «Origem» e «Shutter Island», noticiou a revista Forbes. Leonardo DiCaprio protagonizou este ano o filme «Shutter Island», de Martin Scorsese, que rendeu 224 milhões de euros de bilheteira em todo o mundo, e ainda a longa-metragem «Origem», de Christopher Nolan, que contabilizou 628 milhões de euros de receita.

O ator foi assim o mais lucrativo do ano, à frente da atriz australiana Mia Wasikowska, que entrou nos filmes «Alice no país das maravilhas», de Tim Burton (761 milhões de euros), e «Os miúdos estão bem», de Lisa Cholodenko (22 milhões de euros). Em ex-eaquo em segundo lugar, para a Forbes, surge Johnny Depp, outro dos protagonistas do filme de Tim Burton, e em "O Turista", de Florian Henckel von Donnersmarck. 

Guiné-Bissau aprova Orçamento de Estado para 2011

O parlamento da Guiné-Bissau aprovou hoje o Orçamento Geral de Estado (OE) para 2011, estimado em cerca de 154 milhões de euros, com 71 votos a favor e 19 abstenções da bancada do Partido da Renovação Social (PRS). Votaram a favor todos os deputados presentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), do Partido Republicano da Independência para o Desenvolvimento (PRID), Aliança Democrática (AD) e o Partido Nova Democracia (PND).

Segundo o deputado do PRS, principal força da oposição liderada pelo ex-presidente Kumba Ialá, Serifo Embalo, o partido decidiu votar na abstenção, porque não ficou satisfeito com as explicações dadas pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. O Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2011 está estimado em 101 mil milhões de francos CFA (cerca de 154 milhões de euros), com um défice de mais de 50 mil milhões de francos CFA (76,2 milhões de euros).

Nota Ordidja

O ator de cinema Leonardo DiCaprio, rende 7x mais do que o Estado guineense.  Por exemplo o orçamento guineense prevê necessitar para sua sustentabilidade de 154 milhões de euros,  para o ano 2011, é quase a metade daquilo que o  DiCaprio, fez render  no filme  «Shutter Island» em 2010.  Só com o que rendeu, a longa-metragem “Origem” contabilizado em 628 milhões, daria cerca de 4,07x mais, o que é estimado pelo Orçamento Geral do Estado (OE) duma re(s)pública que se chama Guiné-Bissau. Só não entendo, onde se vai buscar tantas; guerras, ódios, rancores e demais horrores, por tão pouco.

Nem vou perguntar o que é, esse défice aí!!! Ou quem vai paga-las?
Ou seja, o lucro do cinema, melhor dizendo o rendimento de um só filme, das terras do tio Sam, daria para sustentar o Estado da minha primeira nacionalidade (porque agora tenho duas), e ainda sobejaria milhões de euros, para construir escolas, hospitais, centros de formação, casas, estradas, pontes e etc, etc, etc… Pense nisso!       

Chris Brown cumpre parte da pena por ter agredido Rihanna


         Ilustração: Certificado de Chris Brown

Fonte: Ego.globo.com

Cantor exibiu no Twitter o certificado de conclusão de curso de violência doméstica.

Chris Brown cumpriu parte da pena por ter agredido a então namorada Rihanna. Nesta segunda-feira, 20, o cantor exibiu em sua página no Twitter o certificado de conclusão de curso de violência doméstica. “Completei o curso”, escreveu ele, que compareceu ás aulas durante 52 semanas.
Em 2010, Chris Brown foi condenado após declarar-se culpado por ter agredido Rihanna em fevereiro do mesmo ano. Como parte do acordo judicial, o cantor – além de participar de programa contra violência doméstica – deverá cumprir cinco anos de liberdade condicional e 180 de serviço comunitário.

Nota & Informações

Bem-haja, o famoso músico Chris Brown, que parece estar à percorrer o caminho certo, e a dar um belo exemplo de redenção ao Mundo, depois dum crime por ele cometido. Esse crime teve o impacto, que teve, porque a vítima é à famosa cantora norte-americana Rihanna. E volta não volta, este musico  norte-americano é confrontado com as marcas desse momento menos feliz da vida dele.

Conheço alguma má-gente, que estão a precisar (quanto mais cedo, melhor) dar provas de arrependimento e de redenção, ou provavelmente vão ter que frequentar este tipo de curso. Pelo menos através da Net, com algumas pesquisas efetuadas, não encontrei nenhum curso do género em Portugal, para agressores. Ou seja, os cursos que se realizam nas terras lusas, sobre este fenómeno, são destinados sobretudo aos técnicos de saúde, psicólogos(a), forças de segurança e militantes das organizações de apoio às vítimas deste tipo de violência.

Na minha opinião, está mais do que na hora, de trazer esta técnica para estas bandas e, ser implementado em Portugal ou mesmo em todo o Mundo, ficando claro a obrigatoriedade dos agressores frequentarem este curso. Não só ajudará a minimizar o sofrimento das mulheres que são o grupo alvo, mas também de algumas crianças, que sofrem com este flagelo.

Aqui vão, dois pequenos textos encontrados na NET, se quiser inteirar-se mais, sobre este fenómeno, que foram resumos de apresentações de dois cursos realizados em Portugal.

Um curso sobre violência doméstica
Patricia Fernández de Albacete

Resumo
Quando pensamos em “violência doméstica” ou em “abuso” imaginamos uma cena de uma mulher e crianças maltratadas. Esta é, certamente, uma das manifestações mais cruéis do abuso, mas não a única.

Diz-se que uma criança maltratada se tornará um adulto abusador. Lamentavelmente, as estatísticas parecem confirmar esta afirmação. Neste sentido, é necessário que o profissional de saúde mental conheça esta problemática, as suas causas, tipos e consequências para que possa desenvolver uma intervenção em consonância com as necessidades das pessoas que sofrem as consequências da violência doméstica.

Curso Violência Doméstica – Compreender, Proteger e Intervir (Lisboa Porto)
Facebook

Resumo
Em Portugal, 1 em cada 3 mulheres é vítima de dois ou mais actos de violência, ocorrendo estes actos, na sua maioria, no espaço doméstico. “A Violência Doméstica não é um fenómeno novo, nem um problema exclusivamente nacional”. As Nações Unidas assinalam o fenómeno um pouco por todo o mundo, o qual tem vindo a ser praticado através dos tempos, mesmo em países cultural e geograficamente distintos. “Em nenhum país do mundo as mulh...eres são tratadas de forma igual aos homens. A violência surge, pois, como um exercício de poder arbitrário do mais forte sobre o mais fraco” (Plano Nacional contra a Violência Doméstica, 2007-2010).
Apesar da Violência Doméstica atingir igualmente crianças e idosos, as estatísticas mostram que as mulheres continuam a ser o grupo alvo onde se verifica a maioria das ocorrências de situações de Violência Doméstica, que neste contexto, se assume também como uma questão de violência de género.
As mulheres vítimas de violência, são mais vulneráveis a perturbações emocionais e inclusive risco de suicídio, recorrendo com mais frequência a consultas de psiquiatria e aos serviços dos hospitais.
Face a esta realidade, importa intervir e adoptar medidas de combate e prevenção da violência exercida sobre as mulheres. É essencial, de acordo com o Plano Nacional contra a Violência Doméstica, apostar na formação, qualificação e especialização junto dos profissionais da polícia, saúde e educação.
Com esta formação, pretende-se sensibilizar e educar para a problemática da Violência Doméstica, dotando-se os participantes de conhecimentos e competências práticas de intervenção junto das vítimas, no sentido da reinserção e prevenção da revitimização.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Violência doméstica poderá ser crime público


Fonte: O País (Angola)
Por: Vladimir Prata (17 de Dezembro de 2010)

A prática da violência doméstica poderá  ser tipificada como crime público nos termos do ante-projecto de Lei aprovado na generalidade plenária da décima sessão, e última ordinária, da Assembleia Nacional este ano.  

O diploma visa essencialmente  colmatar a vazio legal no que toca à punição  dos crimes relacionados com a violência  praticada no âmbito  das relações  domésticas  e  familiares, cujo número de casos em Angola se tornou crescente, a avaliar pelo registo diários de situações deste género, pretendo-se assim que se  torne um elemento inibidor daquela prática.

O ante-projecto de lei,  vem responder ao cumprimento específico dos vários instrumentos internacionais,  regionais  e  nacionais, entre os  quais  a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração de Viena e o programa de acção da III conferência mundial sobre os direitos humanos de 1993, bem como a declaração das Nações Unidas sobre a eliminação da violência contra as mulheres, de 1993.

A   lei Contra a Violência Doméstica contém 45 artigos,   está estrurada  em  seis capítulos, referentes às disposições gerais, ao atendimento à vítima, às medidas de protecção e de segurança provisória, prevenção e apoio do Estado. natureza da pena, e ainda as disposições finais e transitórias.

Este pacote contempla também a criação de centros de aconselhamento familiar e apoio psicológico às vitimas, casa de abrigo para a protecção  temporária,  principalmente das que se encontram em risco.  Para Genoveva Lino, ministra do Família e Promoção da Mulher, a criminalização da violência doméstica em crimes públicos é de transcendental importância, porque significa que a denúncia pode ser feita por qualquer membro da família ou ainda outra pessoa, contrariamente ao que acontece agora.

O facto de ser aprovada com distinção na generalidade, representa um imenso passo, que levou a ministra a considerá-lo como “o melhor presente de natal  que o parlamento  oferece a  todas mulheres angolanas”.
O deputado da UNITA Silvestre Gabriel “Samy” louva a projecto de lei manifestando embora alguma apreensão com as questões ligadas à vida intíma dos casais. Apela, por isso, a que, a nível da discussão na especialidade se  encontrem  medidas consensuais  para que possa aprovar uma lei que vai em defesa desta realidade.

“Não sei o carácter desta lei. Se o crime de violência doméstica é de carácter público ou semi-público”a dúvida é suscitada pelo deputado, que a pretende ver esclarecida, no momento certo ou quando da discussão do diploma na especialidade.    O líder da bancada da FNLA espera que esta lei venha constituir um verdadeiro ponto de  referência para o esforço da moralização da sociedade em geral, e em particular das famílias 
Mulheres jornalistas  congratulam-se
Suzana Mendes, do Forúm das Mulheres Jornalistica, congratulou-se com este passo do Executivo,  salientando que instituição que representa vem, desde  Dezembro de 2008, batendose pela aprovação de um mecanismo relevante de  combate à violência doméstica em Angola. Daí ter procedido ao lançamento de uma campanha com esse objectivo.

Regozija-se ainda pelo facto do anteprojeto final submetido à Assembleia  Nacional contemplar uma grande parte das propostas colhidas nos diversos forúns que versaram a problemática,  as quais foram submetidas ao ministério da Família e Promoção da Mulher aquando da  elaboração deste ante – projecto.  A porta – voz do forúm  concorda plenamente com a tipificação da violeência doméstica como crime público,  recorrendo ao  argumento de que “há casos em que a mulher evita  fazer a denúncia por temer vir a ser estigmatizada pela sociedade; colocada face à dependência  financeira  e ainda na tentativa da salvaguardar o  casamento abdica des qualquer acção ”.

Suzana Mendes é de opinião  que  o ministério de tutela  deverá, antes mesmo da aprovação final  do projecto, começar a  edificar as casas de abrigo, que qualificou como de “extrema  importância”  dado visarem   a preservação das vitimas, evitando o contacto com agressor. Considerou ainda que devem começar a ser acautelados outros aspectos como a acomodação das crianças  nas escolas, depois  de retirada dos respectivos lares devido à comprovação de violência. 

Notas Ordidja

E na Guiné-Bissau? Not comment!!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

É outra vez Natal.


Crónica: Paula Lima

Alguns  festejam pura e simplesmente porque habituaram-se aos costumes de outrem, mesmo não conhecendo a historia e o significado dos festejos. Outros descobrem pela primeira vez o que é. Há os que já esqueceram o que é e porque existe este dia. Outros hão, que, remotamente, a vivem no seu todo, respeitando os ínfimos detalhes.

Quase todos sabem que a celebração encova uma natividade. Nesta fase, neste tempo, pretende-se celebrar a solidariedade, os afectos que ligam as pessoas, particularmente as famílias.

De diferentes maneiras, o objectivo é único: praticar, repartir, amor e generosidade. Sempre foi assim, em cada ano que passa, acaba por ser uma rotina, um ciclo que se cumpre, onde se desempenham as tarefas que por vezes, ignoramos meses a fio.

Juntamo-nos para comer, para beber mais do que o costume, para dar e receber prendas que, se espera, carreguem algum significado.  Porque é outra vez Natal, vamos todos fazer coisas que não fazemos no resto do ano, acreditando mais do que nunca, excitados e expectantes que, os dias especiais fazem a diferença. Outros, que não são poucos, preparam-se com naturalidade e tranquilidade, pois no fundo, não passa duma data comercial onde consumir é a palavra de ordem.

Porque é outra vez Natal, uma data com a sua história, vamos pensar em coisas que não pensamos no resto do ano. Pensar nos que já partiram, nos que nasceram, nos que envelheceram, nos que não vemos há muito tempo; vamos pensar nos pobrezinhos, nos doentes, nas guerras, nas pessoas abandonadas. Vamos sentir tudo o que pudermos sentir, o que provavelmente tem pouco a ver com o Natal, mas mais com o que somos como pessoas o ano inteiro.

Seja como for, corra bem ou mal, temos pela frente mais um Natal. E no meio de tantas preocupações, indecisão por isto ou aquilo, euforia e excitação; no meio de tantas compras, tudo em nome de um só dia, acabamos muitas vezes por chegar às conclusões frustrantes e ridículas. Remetemo-nos em questão. Valeu a pena? "Afinal tudo o que fiz de bom neste período, não custa muito, porque não pensar e praticar as boas coisas todos os dias do ano?"

Somos os mesmos, mais ou menos tristes, mais ou menos pobres...nostálgicos, pessimistas, optimistas...Tudo continua igual. Para o ano haverá outro e assim sucessivamente,   todos os anos da nossa vida, pelo que podemos sempre ter a esperança que ainda há tempo para Natais tão especiais como aqueles que, alguns de nós, tiveram na infância, só na infância.

Deixo aqui os meus votos de Boas Festas a todos os leitores do Ordidja.

As vésperas do Novo Ano aceitem, os meus desejos de que 2011 seja melhor que o que esta preste a findar. Paz e harmonia. Mais saúde, sorrisos e alegrias. Que a esperança seja enfim um sentimento acessível a todos nós.  

Nota Ordidja

Precisamente hoje, desde que acordei, estive a pensar que provavelmente estava na altura de redigir um texto ou uma pequena nota, de Boas Festas, para tod@s os leitor@s da Ordidja.

Fui deixando passar o tempo, fazendo outras actividades sem me aproximar do computador, muito menos conectar-me à Net. Depois de perder essa sensação, decidi, definitivamente sentar-me para tentar ordidjar algo. Não é que cai-me em mãos, ou melhor cai no meu mail, este lindo e profundo texto duma leitora e seguidora atenta deste Blog.

Resta-me apenas manifestar o sincero agradecimento a Paula Lima, por esta maradura, que veio mesmo a calhar, provando que não há coincidência. Tanto assim, que fica como os votos da Ordidja, para todos os leitores, que não nos têm largado nestes dois meses. Lindo texto para lerem e refletirem, nestes dias do Advento, que antecedem, o nascimento do SALVADOR!

Santo Natal e um Próspero 2011 para todos.   

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Imigrantes vítimas de escravatura

            Bispo de Beja (foto:correio da manhã)

Alentejo: Bispo de Beja denuncia casos de “indignidade humana”

Fonte: Correio da Manhã


O bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, diz que se estão a verificar no Alentejo vários casos de escravatura humana, promovidos por "autênticos mafiosos", que angariam a mão-de-obra em países do Leste europeu e a colocam à disposição dos agricultores. Trata-se de cidadãos estrangeiros, na sua maioria de nacionalidades romena e moldava, que se deslocam nesta altura para esta região portuguesa para trabalhar na apanha da azeitona.
"São dezenas, ou até centenas, de pessoas a viver em condições degradantes, a passar fome e frio e a ganhar uma miséria", disse o prelado ao CM, sublinhando que "é lamentável que uma coisa destas ainda ocorra em Portugal".

D. António Vitalino Dantas diz que "os imigrantes chegam em camionetas, são descarregados nas herdades e colocados a residir em barracões sem o mínimo de condições".
O prelado afirma que estas pessoas "trabalham no duro, mais horas do que o normal, e não recebem o que é justo pelo seu trabalho, uma vez que a grande fatia vai para o bolso dos intermediários".

Admitindo que os agricultores não tenham, "muitas vezes", total conhecimento da situação, o bispo de Beja pede aos donos das herdades que "averigúem as reais condições em que estas pessoas se encontram, quer em termos de habitabilidade quer em termos salariais".
De resto, D. António Vitalino disse ao CM que "têm chegado ao conhecimento da diocese situações muito preocupantes" e que já alertou as associações de agricultores e alguns autarcas da região "para que se inteirem do que realmente se passa".

Contactado pelo CM, Francisco Palma, presidente da Associação dos Agricultores do Baixo Alentejo, admite a existência de "alguns casos", mas assegura que "a fiscalização, por parte das autoridades, nunca foi tão apertada" e que "aquilo que foi uma triste realidade no passado, hoje não se verifica".

Opinião

É escandaloso, verificar que países que bradam nos céus, os valores da dignidade, ecoando para todos os cantos do Mundo, os Direitos Humanos, fecham “um olho” de propósito e deixam passar impune, este tipo de crime.

É inaceitável, que esta questão da “escravatura” do novo milénio, seja tomado de ânimo leve, sobretudo quando muitos não querem perceber a dimensão e o grau de sofrimento daqueles que sofrem, mas pior quando não existe uma autoridade de BEM, que ponha um ponto final nestas explorações desumanas. 

Onde está o Estado? É a pergunta que se impoem!

É triste, quando temos pessoas próximas e familiares que já passaram por esta situação, e nos sentimos impotentes perante os factos, sem puder reagir, ou agir, porque há seis meses atrás, também estava na mesma situação, ilegal.

Mas já tenho comigo o meu Cartão de Cidadão (CC) português. Tenho de facto e de jure a nacionalidade portuguesa, completou hoje duas semanas. Com o atestado de residência caducado, estando ainda em Bissau, entrar em Lisboa foi um “ai Jesus” mas entrei. Pois o meu último recurso no aeroporto da Portela, foi chamar a atenção do oficial de serviço, que já me tinha sido concedido a naturalidade portuguesa, mas tendo em conta a minha permanência na Guiné-Bissau, só estando em Portugal, poderia solicitar os documentos às autoridades portuguesas.     

Fizeram “ronha” e outras coisas mais, levando um mês para fazer a transcrição da Certidão de Casamento, e pior, levaram cerca de cinco(5) meses para ter pronto o CC, numa previsão inicial de oito(8) dias, depois de feito o pedido normal. E tendo em conta que  hoje às leis do meu país de origem, aceitam, a dupla nacionalidade, e sendo hoje e neste momento português, manifesto a minha vergonha e o meu repudio por existirem casos destes, e ler notícias tão tristes num período de advento.

Graças ao mural e a conecção no ‘facebook’ com o amigo Mamadu Anabias Edlab, li esta notícia e sulco este post!