sábado, 25 de dezembro de 2010

"Estejamos atentos ao nosso próximo"

Fonte: Rádio Renascença

Consciente das dificuldades com que muitos portugueses vivem este ano o Natal, D. José Policarpo recordou, no entanto que a pobreza não impede a verdadeira alegria e lançou um apelo à solidariedade.

"Estejamos atentos ao nosso próximo, que pode ser o nosso vizinho; façamos do seu sofrimento a nossa causa", defendeu o Cardeal Patriarca de Lisboa, na sua habitual mensagem de Natal. D. José Policarpo deu o exemplo da sagrada família de Belém e das dificuldades que teve de enfrentar há dois mil anos.
“Eu sei que, para muitos portugueses e para muitas famílias, este não será um Natal fácil, será tanto mais exigente quanto a alegria da festa esteja ligada ao bem estar material, mas também em Belém, há dois mil anos, a alegria daquele nascimento não foi impedido pela pobreza da gruta, último recurso de um casal deslocado para quem não havia lugar nas hospedarias da cidade”.
“Eles viveram e exprimiram aquilo que mais tarde seria a mensagem de Jesus. A pobreza não impede necessariamente a alegria”, sublinhou D. José Policarpo.

Para o Cardeal Patriarca, a crise económico-financeira não se resolve apenas com soluções técnicas ou políticas. Em momentos de dificuldade como o que vivemos, é preciso ir mais a fundo.

“Em momentos de especiais dificuldades como o que atravessamos, as crises não encontrarão verdadeira solução se não pusermos o acento no Portugal cultural, na verdadeira identidade espiritual do nosso povo, caldeada ao longo de séculos por valores que constituem a verdadeira alma de Portugal. É pois o momento de avançarmos com coragem e determinação esta nossa identidade espiritual e cultural, de modo a que nenhuma crise ou sofrimento as ponha em questão”, advoga D. José Policarpo.
Valores constitutivos da identidade e cultura portuguesas são, para o Patriarca de Lisboa, a solidariedade, a família e a tradicional devoção em rezar a Deus e a Nossa Senhora.

                   Foto:  World Press Photo

Opinião

O combate a Pobreza tornou-se, a grande Missão do Homem neste milénio. O Direito do outro enquanto ser humano, nosso semelhante, viver com o mínimo de Dignidade, é a batalha para todos os que olham no próximo, a sua própria imagem.

Desenvolver, fomentar e promover, inventar todo o tipo de ações, que procuram minimizar os males da Pobreza, tem sido o grande desafio dos homens que acreditam num próximo futuro, onde prevalecerá a Fraternidade, Solidariedade e Igualdade.

O exemplo de Vida único, mostrado ao mundo pelo Jesus Cristo, com uma exigência simples, “amar ao próximo como ama-mos a nós mesmos” fazem depender do Homem o melhor para todos, sem excepção da “raça”, credo, sexo ou origem. Se nos juntarmos, unirmo-nos e harmonizarmos os esforços, expulsaremos alegremente a crueldade da Pobreza, na Vida de muitos Homens em Portugal, na Guiné-Bissau ou mesmo no Mundo.    

Aqui estou, com aquelas palavras abstractas, consideradas por muitos vazias. Por estas e por outras, aceito aquele tipo de crítica, sobretudo aquela bem tirada, do género “lá está…o jornalista peneirento, lesto nos princípios e valores, com mil formulas de boa convivência.” Aceito esta e outras críticas, e por isso, vou até fazer mais uma questão:

É ou não, extrema violência, essa Pobreza humilhante em que vivem, maior parte dos filhos da Guiné?
  
 E será que o mundo precisa de um Mandamento Mundial para à Paz e Amor, para reconhecer a larga escala da Pobreza de muitos?
        
Posto isto, reafirmo que depois de escutar e ler, no site da Rádio Renascença  www.rr.pt  às mensagens do Natal deste ano, do D. José Policarpo, a figura de proa da igreja católica portuguesa, sublinhando “partilhemos generosamente o que temos para quem tem menos do que nós…” acredito que o percurso para uma verdadeira partilha entre todos os humanos, dum novo bem estar social, precisa de muitos natais, embora este  que celebramos hoje vai reactualizando  o necessário processo de lutarmos pela, Liberdade Dignidade e Justiça. Termos consciência de que temos em comum  muito trabalho pela frente, para tranformar essa realidade, é já meio caminho andado!