Por
mim, não voltaria a escrever uma linha sequer, tendo em conta os cenários
cravados de incertezas e dissabores que se vive na Guiné-Bissau. Pelas incertezas quase nada tenho a dizer.
Pois todos nós sabemos que o nosso país está definitivamente ancorado nos mares
da incerteza! Quantos aos dissabores, são tantos (bota tantos nisso) que,
aproveito a oportunidade para manifestar o meu pesar pelas perdas de vidas que
marcaram o ano que findou. Razões políticas como sempre ditaram o prelúdio dos
céticos e, nos últimos dias, o naufrágio, aumentou a conta, ceifando dezenas de
vidas humanas, marcando assim de forma negativa o corolário dos acontecimentos vividos
na Guiné em 2012;
Por
mim, não escreveria mais uma palavra sequer, porque o eco do sofrimento do Povo
guineense atormenta, fustiga e galga sobre qualquer vontade de pensar, refletir
ou opinar sobre alguma coisa. Uma realidade com o sopro macabro de sacrifícios humanos,
para acalentar os espíritos que legitimam as suas vitórias com a força da arma,
que massacram e subjugam com brio imbuído pela maldade, mas à esses garanto que um dia a JUSTIÇA será feita;
Por
mim, não perderia mais um segundo sequer, para falar (escrever) sobre a Guiné para
não esmorecer a esperança que guardo a sete chaves e não afadigar a bonança emanada
pela força do acreditar que ainda existe uma solução e quiça milagre, para os
nossos males;
Por
vocês, volto a gatafunhar algumas palavras, sobretudo por aqueles que me têm perguntado
o porquê de tanto silêncio rumoroso, mais garanto a esses leitor@s que nesse
silêncio não existe secretas alianças, e muito menos flâmulas;
Estou
sim, mais cauteloso, e como aprendiz desta arte de comunicar, em certos momentos
há que descansar, pois não há necessidade de consagrar o evidente. Mas
aproveito para garantir que a marcha continua, numa devoção plena pela CAUSA que
me move. Tenho a plena certeza de que, ainda vivo, irei ver a Guiné livre dos
opressores e trucidários. Jamais sucumbirei, até ao último ponto e vírgula!