quarta-feira, 17 de junho de 2015

Comunicado Sociedade Civil




Num olhar atento de qualquer cidadão comum, até aos menos atentos, é bem patente e notório a difícil e nebulosa coabitação entre alguns órgãos de poder político da soberania nacional guineense – Presidência da Republica, Assembleia Nacional Popular e o Governo, evidenciados com os difundidos ataques públicos vindos de um e do outro, nos meios de comunicação social em diferentes ocasiões de intervenções nos actos públicos oficiais do Estado.

Considerando que essa situação é desenquadrada e deslocada em relação ao momento actual em que o cidadão guineense conserva a sua expectativa de ver o país respirar e libertar-se dos dramas de incertezas que durante anos sucumbiram a ambição e anseio de “guineendadi” deste martírio povo.

Perante esta grande incerteza e frustrante acto ignóbil que podem comprometer e frustrar os anseios das nossas populações de observarem um mandato bem-sucedido pelos seus dirigentes a frente do Estado da Guiné-Bissau impõe-se a necessidade de uma reconciliação de posições e de atitudes dos nossos dirigentes.

Atendendo, os enormes sacrifícios consentidos pelo povo guineense pela sua maturidade e sentido patriótico, sobretudo do passado recente, em que nos últimos dois anos de elevado fardo de transição politica a normalidade constitucional, sendo notório o envolvimento e a solidariedade da comunidade internacional, voltarmos a minar as expectativas de cidadania e colocar em apuros os corações da nossa população.

È notório que desde a tomada de posse dos titulares dos órgãos da soberania à presente data, assiste-se a falta de um ambiente favorável de concertação e gestão dos assuntos do Estado a bem da paz e da estabilidade do país.

O Movimento Nacional da Sociedade Civil, preocupado e interessado na observância de uma coabitação institucional governativa a bem da nação, delibera o seguinte:

Aos Titulares dos Órgãos da Soberania; 
  • Apelar a maior contenção na abordagem pública dos assuntos do Estado com reserva de tratamento dos mais delicados e sensíveis para os fóruns próprios;
  • Exortar a adequação dos actos dos titulares dos órgãos públicos às competências constitucionais.
Ao Supremo Tribunal de Justiça
  • Velar pelo respeito escrupuloso das competências dos titulares dos órgãos da soberania fazendo recurso as funções de Tribunal Constitucional; e
  • Agir com maior brevidade possível por forma acalmar ânimo das populações.
À Direcção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) 
  • Apelar a cúpula do PAIGC para uma maior ponderação e condução da resolução da situação vigente entre os três titulares dos órgãos do poderes do estado, a saber, Presidente da Republica, Presidente da ANP e Primeiro-ministro.
À Comunidade internacional
  • Encorajar a sua solidariedade para com o povo guineense que sempre reconheceu os apoios concedidos na luta pelo progresso bem como no combate a pobreza e o subdesenvolvimento.
  • Assegurar que a situação ora vivida seja ultrapassada na base de diálogo, tolerância e concertação permanente dos aludidos titulares dos órgãos dos poderes do estado da Guiné-Bissau.
Feito aos Quinze dias do mês de Junho de Dois Mil e Quinze.

A Direcção do Movimento,
Jorge Gomes