domingo, 5 de dezembro de 2010

"Divide et regna"

                ABIDJAN
Fonte: AFRIK.COM

Gbagbo et Ouattara, deux présidents pour une Côte d’Ivoire

Le pays s’enfonce dans la crise

Laurent Gbagbo et Alassane Ouattara ont été investis président de la Côte d’Ivoire ce samedi après-midi. Le premier, au palais présidentiel à Abidjan, tandis que le second a prêté serment par courrier. Le Premier ministre, Guillaume Soro, a reconnu la victoire de M. Ouattara qui l’a reconduit dans ses fonctions. La tension demeure extrême dans le pays.

Qui gouvernera la Côte d’Ivoire, Gbagbo ou Ado ? Ni l’un ni l’autre ne paraît prêt à céder le fauteuil de président. Laurent Gbagbo a été investi peu après 15 heures, au palais présidentiel à Abidjan. « Devant le peuple souverain de Côte d’Ivoire, je jure solennellement et sur l’honneur de respecter et de défendre fidèlement la Constitution, de protéger les droits et libertés des citoyens, de remplir consciencieusement les devoirs de ma charge dans l’intérêt supérieur de la Nation », a-t-il déclaré devant les caciques de son parti, sa femme Simone et de nombreux partisans. « Que le peuple me retire sa confiance et que je subisse la rigueur des lois si je trahis mon serment », a-t-il ajouté. Nul diplomate occidental, nul représentant de l’ONU n’était présent à la cérémonie. Mais pour Laurent Gbagbo, qui a réaffirmé sa position de défiance vis à vis de la communauté internationale, « la souveraineté de la Côte d’Ivoire, c’est elle qu’il s’agit de défendre, et elle ne se négocie pas ».
                                   Lourent Gbagbo investido (ontem)
Dans le même temps, celui qui a obtenu le soutien de la communauté internationale, Alassane Ouattara, affirmait avoir prêté serment « en qualité de président de la République de Côte d’Ivoire ». Par un courrier envoyé au président du Conseil constitutionnel Paul Yao N’dré, daté de vendredi et déposé « samedi matin », selon son entourage, M. Ouattara a adressé sa « prestation de serment » manuscrite de président. « Les circonstances exceptionnelles que vit la Côte d’Ivoire en ce moment ne me permettent pas de prêter serment en personne devant le Conseil constitutionnel », a expliqué M. Ouattara. Il a aussi adressé une copie de courrier au représentant de l’ONU en Côte d’Ivoire, Youn-jin Choi, qui avait validé sa victoire à la présidentielle du 28 novembre, la veille.

                                 Soro rejoint Ouattara
Alassane Ouattara a obtenu un nouveau soutien de poids ce samedi, avant l’investiture de Laurent Gbagbo. Celui de Guillaume Soro. « Nous reconnaissons que M. Alassane Ouattara est le vainqueur de cette élection », a déclaré le Premier ministre ivoirien devant la presse, dans un grand hôtel d’Abidjan, jugeant « injuste et inacceptable » la décision du Conseil constitutionnel de proclamer M. Gbagbo vainqueur l’élection avec 51% des voix et invalidant les résultats de la commission électorale qui donnaient son rival en tête avec 54%. Guillaume Soro, chef de l’ex-rébellion des Forces nouvelles (FN) qui contrôle le nord du pays depuis le putsch manqué de 2002, a annoncé qu’il allait remettre à Alassane Ouattara la démission de son gouvernement. Mais ce dernier l’a reconduit dans ses fonctions. « J’accepte votre démission et je vous reconduis dans vos fonctions de Premier ministre », a répondu M. Ouattara, le chargeant de « prendre la main et conduire les affaires courantes ».

Après avoir obtenu les félicitations du président américain Barack Obama, de l’Union européenne, ce fut au tour de Nicolas Sarkozy de soutenir Alassane Ouattara ce samedi matin, qu’il considère comme le vainqueur « incontestable » et « légitime » des élections. Et dans l’après-midi, c’est l’Union africaine qui a appelé au respect des résultats de la Commission électorale ivoirienne désignant Alassane Ouattara vainqueur du scrutin. Elle a a « exprimé le rejet total (...) de toute tentative visant à créer un fait accompli pour saper le processus électoral et remettre en cause la volonté populaire ». Le Conseil pour la paix et la sécurité de l’UA a par ailleurs avalisé une décision du président de la commission de l’UA, Jean Ping, de charger l’ex-président sud-africain Thabo Mbeki d’une « mission d’urgence » en Côte d’Ivoire.

Les opposants de Laurent Gbagbo, au pouvoir depuis 2000, ont manifesté contre son investiture. Des barricades ont été installées dans les rues d’Abidjan et des pneus ont brûlé toute la journée. Dans la nuit de vendredi à samedi, deux hommes sont morts dans de violents affrontements opposant partisans d’Alassane Ouattara et de Laurent Gbagbo. Ce samedi soir, où le climat demeure tendu, le pays s’apprête à vivre une nouvelle nuit difficile.

 
OPINIÃO

Mukur-Mukur

Lá porque as palavras, instabilidade, crispação, clivagem, conflito, guerra civil, não tem saído no léxico político, da Costa Ocidental africana na última década, isso não implica, que os políticos se deixem levar por essa via, criando uma tremenda crise política, para sombrear este último mês do ano. Mas perante o que se vive no país irmão, Costa do Marfim, as posições assumidas hoje pelas partes em conflito estão muito difíceis de se conciliar. O que se pensava impossível, que é o facto de o país quebrar-se em dois blocos, parece cada vez mais evidente. As linhas de clivagem coincidem até, com a grande invenção dos geógrafos o Norte vs Sul. Duas questões que inquietam!

Como é que os propósitos da Divisão se estão a sobrepor ao da União?
Há divergências substâncias, entre os dois candidatos, ao ponto de se optar pela violência e pela divisão do país ao meio?

Há claro, sinais de intervenção de outros atores importantes, baralhando de novo as contas, da Paz no futuro próximo dos costa-marfinenses. Mas quero acreditar que a ajuda comunidade regional, CEDEAO de mãos dadas com à UA, com medidas urgentes e rápidas, possam relançar uma ponte para a estabilidade, na Costa do Marfim. Se conseguirem fazer, que os imperativos políticos consigam fugir aos contenciosos estratégicos, que marcam as duas posições, vai ser melhor. Desejo que o Diálogo prevaleça, até porque é necessário para reanimar à Paz que desmaiou graças ao safanão, dada pela engenharia democrática do Sr. Gbagbo. E confesso que não sei, se a estratégia dessa engenharia não foi copiada, da Guiné-Bissau, porque essa decisão do Conselho Constitucional “abidjanesa” (como diria Maio Copé) se assemelha em muitos aspetos à do Supremo Tribunal guineense, nos anos idos de 2005.      

Pena é, que quando os tumultos começam num país com dimensão política e regional, como é caso da Costa do Marfim, os efeitos da supradosagem, acabam por refletir em países como a Guiné-Bissau, que apresentam quadros político-sociais frágeis, facialmente contagiados por cenários idênticos. Por isso espero que o olhar guineense, sobre esta situação tenha em conta que os acontecimentos costa-marfinense não passam, duma réplica daquilo que alguns guineenses criativos e dramaturgos da nossa realidade já tinham  inventado há 5 anos atrás.        

E quando assim é, nem é preciso buscar outro enfoque para explicar melhor, senão do efeito dominó, em que, os cenários políticos acompanham o ritmo da cadência da instabilidade para todos, sobretudo os mais sensíveis e débeis.

E como em relação à Guiné-Bissau, por estes dias, tudo parece estar fechado há sete chaves, fazendo imperar a cultura do Mukur-Mukur, a inquietação não chega para formular questões. Mas pior será, uma prolongada crispação que vai alimentando uma falsa estabilidade, fazendo reinar uma incerteza perante o destino do país. E lá porque as palavras como, queda de governo, remodelação, crispação tem sido o léxico recorrente do circuito político guineense, é imperativo submeter nas prioridades nacionais, a cultura da boa convivência. Porque uma coisa é certa, o mundo não acaba com a demissão de um governo na Guiné-Bissau. Porque sempre existiu um antes e o depois, e mesmo havendo divergências substâncias, neste momento na Guiné, apelo enquanto guineense que não se utilize nenhuma violência, para sanear essas crispações e se evite contágios comportamentais ao estilo do Sr. Gbagbo, que vai avisando a navegação internacional com a “excelente tirada” de tudo se tratar de “Assuntos Internos” de um Estado soberano. Ah pois, não quer sair e pronto, faz birra…

“Divide et regna” – Dividir para Reinar