terça-feira, 19 de abril de 2011

O jornalismo guineense está amordaçado


Guiné-Bissau: Repórteres sem Fronteiras inquietados com situação de liberdade de imprensa
Fonte: Jornal Digital

A organização Repórteres sem Fronteiras disse estar alarmada pela decisão das autoridades de Bissau, tomada em Conselho de Ministros e anunciada a 15 de Abril de 2011, de suspender o jornal Última Hora. Esta medida vem na sequência da publicação, no dia 8 de Abril, na capa da edição do jornal, de um artigo intitulado «Nino Vieira, morto por soldados às ordens de António Indjai», artigo esse baseado num relatório do Departamento de Estado norte-americano.

Num comunicado de imprensa da delegação dos Repórteres sem Fronteiras em Bissau enviada à PNN, a organização condena os métodos «retrógrados» e as «medidas coercivas» tomadas pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e pelo Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Comunicação Social, Adiatu Djaló Nandigna.

O Última Hora é acusado de «divulgar sistematicamente, talvez por encomenda, notícias que visam transmitir uma imagem distorcida da Guiné-Bissau e amesquinhar o desempenho do Governo», ao atribuir o assassínio do antigo Presidente João Bernardo «Nino» Vieira, morto em Março de 2009, ao actual Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, nomeado pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior. O artigo fora acolhido com agastamento pelo Conselho de Ministros.

A organização Repórteres sem Fronteiras recorda que algumas rádios e outros meios de comunicação já foram silenciados pelas mesmas razões. Em 2002, a rádio Bombolom FM foi suspensa durante três meses na sequência de uma decisão precipitada do Ministro da Comunicação Social da altura.

Perante esta situação, disse esperar que o Governo vai reconsiderar a sua posição, colocando um ponto final às ameaças contra os órgãos de imprensa e os jornalistas. «Sem respeitar o trabalho de jornalistas, a Guiné-Bissau não poderá assumir-se como um Estado de direito e uma verdadeira democracia», diz a organização no comunicado.

Athizar Mendes Pereira, jornalista e actual director do Última Hora e ex-colaborador do Diário de Bissau, já fora detido em 2008, devido a artigos acusatórios para com as Forças Armadas do país.

Sumba Nansil/ PNN Portuguese News Network

Opinião

"Quem sêmea ventos colhe tempestade..." popular não é?

Um país só é verdadeiramente democrático se a Imprensa for LIVRE! Por isso, a decisão do governo guineense, tornado público através de um comunicado elaborado no último conselho de ministros, em que se pretende “suspender” as publicações do jornal “Última Hora” ao ser concretizado será, um atentado contra a Liberdade de Imprensa, e um crime contra a Liberdade de Expressão! E parecendo que não, estaremos a assistir uma manifestação de recalcamentos herdados do Partido Único.  

Os modos para qualificar esse ATO, caso seja efetivado não faltaram. Claro que não houve crime nenhum da parte do referido Jornal, se à acusação se resumir, na questão da publicação do relatório, emitido, por uma entidade oficial de um país terceiro, neste caso em particular, os EUA. Como se pode acusar de manipulação da imagem do país, quem revela fatos reais. Quem dá má imagem do país, é aquele que tenta manipular a realidade, ou toma decisões descabidas. E perante esta atitude inqualificável do governo, cujo adjetivos ou advérbios não faltam, temos sinais claro de contágio, com o regime mais musculado. Quem tem sido ultimamente o tutor na área da Comunicação Social, do governo guineense. Serão os angolanos? Alias esta tomada de decisão, só pode ser prova de que, estão à aprender muito rapidamente à lição. Ou seja, já se quer mostrar trabalho. Pronto! Só que escolheram  pior via, de todas. Onde já se viu, suspender à publicação através de medidas administrativas. Tenham dó!!!   

Intromissão, Ingerência, Vergonhoso, Autoritário, Castrador, Incorrecto, Grosseiro, Malfeito, Ordinário, Despótico, etc, etc, etc… serão palavras aceites para criticar o governo guineense, caso leve adiante essa pretensão. Poderá escolher outro caminho. Por isso, se ainda não foi formulada, seria bom que se recorra às vias legais e, democraticamente aceites, para contrapor. Aos jornalistas guineenses, deixo apenas estas palavras: Firmeza e Coragem nas vossas ações. Temos das profissões mais nobres da nossa sociedade, ao sermos os guardiões da moralidade Pública e o compromisso com à Verdade. E digo-lhes mais:  Bom Combate, mal começou. Que tal se pedir ao governo que atualize à Lei de Imprensa que isso sim seria um bom serviço prestado a boa Imagem do País. Que remodele o governo, como já prometeu milhentas vezes, e nos poupe, dos governantes Analfabetos ativos e inativos! 

Haja Liberdade na Guiné-Bissau!