Por: Carlos Hilsdorf
Fonte: www.apoiar.org.br
"É preciso sensibilidade para
extrair pontos positivos de uma crítica”.
Atente
para uma questão muito importante: o fato da intenção da crítica ser
construtiva não significa que a pessoa que a fez tenha habilidade em
comunicá-la da melhor forma
Você vem sofrendo muitas críticas? Isso te incomoda?
Despreocupe-se!
Quando
desenvolvemos uma competência nos tornamos mais fortes diante da vida e de seus
desafios. Dentro do rol das melhores competências que podemos e devemos
desenvolver encontramos uma que nitidamente se destaca: a nossa competência em
suportar a pressão das críticas. As críticas se dividem em dois grandes grupos:
as construtivas e as destrutivas.
Crítica construtiva
Uma
crítica é construtiva quando tem por finalidade contribuir com o nosso
aperfeiçoamento. Por aperfeiçoamento devemos entender o foco em aprimorar
nossas forças e diminuir nossas fraquezas. No caso da crítica construtiva, quem
o está criticando vai sempre lhe apontar uma deficiência (fraqueza) ou falta de
eficiência (uma força que não está sendo plenamente ou corretamente utilizada).
Em ambos os casos essa pessoa está lhe fazendo um favor porque está lhe
ajudando a ampliar suas percepções a respeito de si mesmo.
Não é raro
que alguém lhe faça uma crítica inesperada, daquelas que nem mesmo em seus dias
de maior imaginação passariam pela sua cabeça. Nesses casos, nossa primeira
reação é a surpresa seguida imediatamente do julgamento de que a crítica só
pode ser absurda e improcedente. É comum julgarmos absurdo ou improcedente
aquilo que não passa pela nossa cabeça. Mas isso não invalida a importância da
crítica. “Quando todos pensam da mesma maneira, frequentemente, ninguém está
pensando.”
Crítica rara
Quanto
mais rara for uma crítica, tanto mais importante ela tende a ser, portanto,
infinitamente maior a importância de a ouvirmos com atenção e refletirmos em
profundidade sobre ela. Diante de críticas construtivas o procedimento é
simples. Ouça com toda a atenção, independentemente de suas impressões e
julgamentos com relação ao autor da crítica. Desenvolva um profundo respeito e
gratidão pelas críticas construtivas, elas são sempre um convite ao
aperfeiçoamento e um poderoso remédio contra a vaidade.
Gentileza,
boa educação e habilidade interpessoal não são características comuns a todos
os bem intencionados. Isso significa que em muitas situações uma crítica
construtiva, que muito pode contribuir com sua vida, poderá vir em péssima
“embalagem”. Preste mais atenção no conteúdo da crítica que na sua forma.
Conheço várias pessoas de valor, sinceras e bem intencionadas que não sabem
dizer as coisas com “jeitinho”. Afinal por que esperar que as críticas venham
apenas de pessoas craques em relacionamento e comunicação?
Críticas
destrutivas
Uma
crítica é destrutiva quando tem por finalidade desestruturar, ferir, magoar ou
desorientar. Observe que o fato de você ter se magoado não significa,
necessariamente, que a crítica tenha sido destrutiva. Alguém pode se magoar por
tendência em colocar-se no papel de vítima, baixa autoestima, falta de
humildade ou excesso de vaidade, e nesses casos a responsabilidade pela mágoa é
toda sua.
A crítica
é destrutiva quando é apresentada com o objetivo claro de causar dano ou
ofensa, visando impedir seu processo natural de evolução. Essa é uma arma muito
utilizada por pessoas presas aos processos de inveja, ciúme e maldade.
Sim, essas
pessoas existem e em proporção bastante alta. São pessoas que ainda não se
descobriram, ainda não descobriram a presença de Deus em si e no próximo. Mesmo
nesses casos, ouça atentamente a crítica. Lembre-se que alguém na tentativa de
magoá-lo pode, ainda assim, dizer-lhe uma verdade. Seus oponentes podem ser
pessoas inteligentes e a crítica apesar de maldosa, pode conter elementos
verdadeiros.
Neste caso
esse “oponente”, por ironia do destino, estará lhe fazendo um bem, desde que
você possua a humildade de analisar e refletir sobre o conteúdo da crítica. Caso
a crítica esteja fundamentada em conteúdo falso, maledicente ou preconceituoso,
considere este texto a seguir que escrevi em meu livro Atitudes Vencedoras:
Pedras e frutos
Não se
atiram pedras em árvores sem fruto; toda tentativa de apedrejamento visa sempre
derrubar os frutos. Inocente ignorância dos apedrejadores, porque, mesmo
conseguindo o feito, se esquecem de que os frutos caídos no chão experimentarão
o tempo e a decomposição e voltarão a frutificar, de uma ou de outra maneira,
pois cada semente dá origem à essência interior que carrega. Já as
pedras caídas no chão permanecerão pedras, e as mãos que as atiraram terminarão
vazias, tão vazias quanto o coração e a alma que lhes ativaram o movimento."